A decisão que pode tornar viável politicamente uma candidatura do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci a governador de São Paulo nas eleições de 2010 deve ficar para depois do recesso do Judiciário, em julho. Segundo a assessoria do Supremo Tribunal Federal (STF), não há previsão para este fim de mês de análise da acusação de que o deputado petista teria dado, quando era ministro, a ordem de violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.
Marcado inicialmente para o dia 4 de junho, o julgamento do inquérito foi adiado por falta de quórum. Com o recesso do Judiciário em julho e a licença médica do ministro Menezes Direito desde 21 de maio, a análise do inquérito deve ser feita somente a partir de agosto. O ex-ministro é considerado pela cúpula do PT paulista um forte candidato ao cargo de governador de São Paulo. No entanto, a indicação depende da sua absolvição em processos contra ele na Justiça. Um deles caiu hoje. O Supremo arquivou inquérito em que Palocci era acusado de participar de irregularidades em contratos de limpeza urbana firmados na época em que foi prefeito de Ribeirão Preto (SP).
No caso Francenildo, o STF irá decidir se acata denúncia do Ministério Público Federal (MPF) de que o ex-ministro ordenou a quebra do sigilo do caseiro. Se aceitar a denúncia, será aberta ação penal contra Palocci. O relator do processo é o presidente do Supremo, Gilmar Mendes.
O escândalo de quebra do sigilo bancário do caseiro derrubou Palocci do comando do Ministério da Fazenda. Ele deixou o cargo em 27 de março de 2006, três semanas após o jornal O Estado de S. Paulo publicar relato de Francenildo sobre festas e suspeita de partilha de dinheiro em uma mansão no Lago Sul, em Brasília - casa que ficou conhecida como a República de Ribeirão Preto. O caseiro afirmou que Palocci frequentava a mansão, desmentindo o ex-ministro, que dissera à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos que nunca estivera lá. Dois dias depois da entrevista, Francenildo teve o sigilo bancário violado.
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