O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci foi indiciado nesta quinta-feira pelo delegado Benedito Antônio Valencise, da Polícia Civil de São Paulo, por quatro crimes, entre eles formação de quadrilha e peculato, por supostas irregularidades nos contratos com empreiteiras no período em que foi prefeito de Ribeirão Preto. Na semana passada, a Polícia Federal, que já havia indiciado o ex-ministro por quatro crimes, apontou Palocci como mandante da quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa .
Palocci chegou para depor de terno e gravata, por volta de 13h30m, conversou rapidamente com o corregedor substituto da Polícia Civil Pedro Coelho, tomou água e ficou esperando pelo delegado Admar Brandão, chefe da Delegacia de Polícia Interestadual (Polinter). O ex-ministro não deu entrevista à imprensa.
- Ele parecia normal - disse o corregedor da polícia.
Segundo a Polícia Civil em Ribeirão Preto, as supostas irregularidades podem ter causado prejuízos de até R$ 30 milhões aos cofres públicos da cidade. Parte desse dinheiro, segundo o advogado Rogério Buratti, serviu para abastecer o caixa dois do PT com propinas mensais de R$ 50 mil, pagas pela empreiteira Leão & Leão à prefeitura nas gestões de Antonio Palocci (2001 a 2002) e seu sucessor Gilberto Maggioni (2002 a 2004).
O delegado seccional de Ribeirão Preto, Benedito Antônio Valencise, que até a semana passada garantia que iria ouvir pessoalmente o ex-ministro, não foi a Brasília. Desde que a viagem de Valencise foi cancelada ele não atendeu mais a imprensa. Funcionários do delegado comentam pelos corredores que ele ficou arrasado com a decisão "que veio de cima".
Já o titular do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (chefe de Valencise em Ribeirão Preto), Anivaldo Registro, nega as especulações.
- Valencise é o presidente do inquérito. A decisão de não ir a Brasília foi dele. Não teve interferência de ninguém.
A situação de desalento em que se encontra o ex-comandante da economia brasileira preocupa seus companheiros no governo e no Planalto. O ministro das Relações Institucionais, o petista gaúcho Tarso Genro, manifestou preocupação com Palocci, dizendo que vai fazer uma visita a ele . Perguntado sobre o estado de espírito do ex-ministro, ele foi sucinto:
- Está ruim.
Fim do ano legislativo dispara corrida por votação de urgências na Câmara
Teólogo pró-Lula sugere que igrejas agradeçam a Deus pelo “livramento do golpe”
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Frases da Semana: “Alexandre de Moraes é um grande parceiro”