Nos últimos dias os ministros da Casa Civil, Antônio Palocci, e das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, entraram em campo para pedir que a base aliada se manifeste publicamente a favor do reajuste do salário mínimo definido pelo governo, relatou uma fonte à Reuters.

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Palocci, por exemplo, falou com o PP e pediu que o partido se manifestasse a favor da proposta do governo e afirmou que a equipe econômica trabalha para conceder um aumento maior que os 540 reais estipulados na medida provisória assinada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No dia 30 de dezembro, a MP assinada por Lula usava como reajuste 5,88 por cento para o salário mínimo, elevando seu valor de 510 reais para 540 reais. Contudo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2010, usado no cálculo para o aumento, ainda não estava completamente apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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O INPC fechado ficou em 6,47 por cento, o que elevaria o salário mínimo para 543 reais. Com isso, a presidente Dilma Rousseff teria a possibilidade de arredondar o valor para 550 reais, segundo adiantou à Reuters na semana passada um ministro que pediu para não ser identificada.

Nas conversas com os aliados, os ministros não citam valores para o reajuste final do salário mínimo, mas pedem apoio político para a presidente que está começando o mandato. Os pedidos de Palocci ao PP resultaram numa nota divulgada nesta quarta-feira pelo partido.

"Historicamente, os aumentos concedidos ao salário mínimo recebem críticas, pois são considerados insuficientes por quem ganha e prejudiciais às contas públicas por quem concede. O Partido Progressista confia na condução da Presidenta Dilma Rousseff e na decisão da equipe econômica do governo sobre o aumento do salário mínimo", diz a nota do PP, assinada pelo deputado João Pizzolatti (PP-SC).

O PP acrescentou ainda que a bancada "votará unida o valor estipulado pelo governo".

"Considero normal essas conversas, porque somos da base aliada e temos que demonstrar claramente o apoio ao governo. É importante que a presidente Dilma tenha o apoio de todos os aliados," disse Pizzolatti à Reuters.

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Nesta quarta-feira, Luiz Sérgio reuniu-se com o líder do PDT, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, e sentiu pressão em sentido contrário.

O parlamentar, que também preside a Força Sindical, disse que o governo precisa negociar. As centrais sindicais querem que o mínimo seja reajustado para 580 reais.

"O governo está se fazendo de morto para pegar o coveiro. Sem negociação, o ônus político do veto fica com a Dilma", disse o parlamentar à Reuters.