Na tentativa de desconstruir a imagem de homem forte do governo Dilma Rousseff, Antonio Palocci Filho assumiu no domingo a chefia da Casa Civil com um discurso pontuado por doses de humildade. Na cerimônia de sua posse, prestigiada por ministros, governadores, parlamentares, dirigentes do PT e empresários, Palocci fez de tudo para escapar do rótulo de capitão do time, que marcou a gestão de José Dirceu - ausente na solenidade de ontem -, e de conselheiro da presidente.
"Tenham-me como um de vocês, um da equipe, um do time. Meu esforço será o de expressar adequadamente as determinações da presidenta Dilma para construir com vocês os melhores desenhos sobre os programas prioritários do governo."
Apesar das evidências de que vai cuidar da articulação política do governo nas grandes questões, deixando para a Secretaria de Relações Institucionais o varejo das negociações com deputados e senadores, Palocci negou essa tarefa. "Conte sempre com meu apoio, meu caro Luiz Sérgio, mas a bola é toda sua", insistiu ele, dirigindo-se ao chefe das Relações Institucionais.
Embora a Casa Civil tenha perdido funções executivas, a pasta está longe da desidratação. Ao contrário: apesar de seu esforço em parecer que tem menos poder do que tem, Palocci é o mais importante auxiliar de Dilma. Até agora, a Casa Civil perdeu a gerência do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha Casa, Minha Vida, transferidos para o Planejamento. A Secretaria da Administração, espécie de "prefeitura" do Planalto foi remanejada para a Secretaria-Geral da Presidência. O Sistema de Proteção da Amazônia foi deslocado para a Defesa e o Arquivo Público Nacional voltou para a Justiça. Tudo, porém, feito com o aval de Palocci. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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