Ex-ministro Antonio Palocci foi preso nesta segunda-feira (26).| Foto: Lindomar Cruz/Agência Brasil

A prisão do ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci, nesta segunda-feira (26), se deu por conta de sua relação com a empreiteira Odebrecht, de acordo com a força-tarefa da Lava Jato em coletiva de imprensa.

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“A Odebrecht tinha uma verdadeira conta corrente com o Partido dos Trabalhadores”, disse Filipe Hille Pace, delegado da Polícia Federal, colocando o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci no centro do esquema. “Palocci tinha uma conta corrente com a Odebrecht”, repetiu Pace.

Segundo a Polícia Federal, que pediu a prisão temporária de Palocci, quebrando uma tradição na Lava Jato de o Ministério Público Federal pedir as prisões, Marcelo Odebrecht “tinha ciência e autorizava tais pagamentos”.

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Nas planilhas, os primeiros pagamentos de propina da Odebrecht para Palocci ocorreram em 2008 e estão atrelados às eleições municipais. Há outros lançamentos de valores nos anos seguintes: 2010, 2011, 2012 e 2013.

Ainda segundo a PF, a Odebrecht buscou apoio de Palocci para buscar ajuda do BNDES para aumentar a sua linha de crédito. Chegam ao montante de R$ 128 milhões registrados como entregues a Palocci no esquema, segundo o Ministério Público Federal.

“Houve intensa atuação de Palocci na defesa de interesses da Odebrecht perante à administração pública federal”, disse a procuradora da República Laura Tessler.

Segundo a PF, há registros ainda de troca de mensagens telefônica entre os dois em 2012, no qual seriam tratados temas como programas de submarino nuclear e a construção da Arena Corinthians.

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“Em um momento ele [Marcelo Odebrecht] vincula a conta de projetos ao ‘italiano’, o que nos leva a crer que também houve pagamentos de vantagens indevidas”, disse o delegado Hille Pace.

Outra acusação contra Palocci e seus assessores é que eles intermediaram a compra, pela Odebrecht, de um prédio que seria a sede do Instituto Lula. Esse prédio também está na mira da Receita Federal, disse Roberto Leonel de Oliveira Lima, auditor da Receita Federal, durante a coletiva.

“Temos um número variado de fatos a ser aprofundados. Nós, da Receita Federal, estamos acompanhando várias vertentes, esse prédio, uma fazenda no Mato Grosso do Sul”, disse Oliveira Lima.

Segundo ela, Palocci continuou a atuar após a Lava Jato, em mensagens “criptografadas” com o grupo Odebrecht. “Interessante ressaltar o montante de valores repassados ao Palocci, que chegam ao montante de R$ 128 milhões“, disse a procuradora.

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Bloqueio de ativos

O juiz Sergio Moro determinou o bloqueio de R$ 128 milhões em ativos do ex-ministro Antonio Palocci, de seu assessor Branislav Kontic e de seu ex-chefe de gabinete, Juscelino Dourado, além das empresas Projeto Consultoria Empresarial e da J&F Assessoria

Em despacho, Moro afirma que há provas de que ele recebia e era responsável pela coordenação dos recebimentos da Odebrecht para seu grupo político. Pallocci foi ministro da Fazenda entre 01/01/2003 a 27/03/2006, no primeiro mandato do ex-presidente Lula, e ministro da Casa Civil da ex-presidente Dilma Roussef entre 1/01/2011 e 7/06/2011.

Uma das provas é a planilha de título “Posição Programa Especial Italiano”, apreendida com no email de Fernando Migliaccio da Silva (mig@odebrecht.com e o.overlord@hotmail.com), com a descrição de valores. Em julho de 2012 o total de recursos disponíveis era “200.098”