"Convidar alguém para ocupar um cargo é muito fácil. Agora, tirar alguém, é muito difícil."Do presidente Lula, ontem, arrependido de ter nomeado tantos amigos no primeiro governo e prometendo agora cercar-se de pessoas qualificadas. Nesse caso, não custa lembrar que tirar parentes deve ser ainda mais difícil.
O senador Osmar Dias está incomodado com o que classificou de "fuxicos", segundo os quais estaria em rota de colisão com o prefeito Beto Richa. Já telefonou para o alcaide para desfazer mal-entendidos e marcou conversa pessoal com ele para este fim de semana.
Os transponders de ambos estão ativos e operantes e não há possibilidade de choque, esclarece o senador o que não o impede, porém, de manter suas críticas ao comportamento do vice-prefeito, Luciano Ducci, por ter apoiado Requião na última eleição.
Acusa-o de incoerência e de faltar a compromissos assumidos anteriormente. Osmar diz que sua opinião a respeito do vice, no entanto, não deve ser interpretada como uma intromissão ou exigência para que Beto Richa marginalize Ducci politicamente. "Trata-se de um assunto de exclusiva competência de Beto e a mim nem me cabe julgar", ressalta. "Independente disso, mantenho meu compromisso de apoiar Beto em sua eventual campanha pela reeleição, assim como ele me apoiou em minha campanha."
A propósito de comentário publicado ontem nesta coluna, Osmar afirma que, ao contrário do que a imprensa vem publicando, nunca se declarou candidato em 2010. "Temos quatro anos para pensar nessa hipótese", diz.
Afirmou também que seria infundada a interpretação que muitos vêm fazendo de que é por vingança que está recomendando a expulsão de prefeitos do PDT que se alinharam com Requião, seu adversário. "Sou presidente estadual do PDT e, como tal, me compete zelar pelo cumprimento da fidelidade do seus membros às decisões partidárias. Só isso."
O PT e as relações republicanas
O diretório estadual do PT vai se reunir dias 8 e 9 de dezembro para fixar as diretrizes que nortearão seu relacionamento com o governo Requião. A tendência, segundo o presidente da sigla, deputado André Vargas, é o partido atuar como uma interface entre os governos do estado e federal, de modo a garantir uma convivência harmônica e "republicana" entre as duas esferas.
Vargas não disse, mas a intenção parece clara: o PT quer atuar no sentido de evitar que, no proximo mandato, logo se deteriore o relacionamento entre Lula e Requião, como ocorreu já no início do atual mandato, por conta de rompantes e mal-entendidos, cujas conseqüências são prejudiciais ao estado.
Olho vivo
Orçamento 1 R$ 800 milhões. Este é o valor das emendas de bancada que deputados e senadores paranaenses pretendem incluir no Orçamento da União para 2007. A bancada se reuniu ontem para definir prioridades na obtenção de recursos federais para o estado. A maior fatia vai para as universidades estaduais, o Iapar, colégios agrícolas, santas casas e áreas de risco social de Curitiba.
Orçamento 2 Embora não empossado deputado federal (foi eleito em outubro com 83 mil votos), o estadual André Vargas foi à reunião e "emplacou" emenda destinando verba para o Teatro Universitário de Londrina.
Qualidade 1 O deputado Luiz Carlos Martins, líder do PDT na Assembléia, acredita que a qualidade do trabalho parlamentar só vai melhorar após a instalação da TV Assembléia, prevista para o ano que vem. Os deputados terão de encarar seus eleitores "olho no olho" e seus votos e discursos serão acompanhados "on line", o que exigirá que muitos mudem de comportamento.
Qualidade 2 O parlamentar anda decepcionado com boa parte dos colegas. "Alguns ainda não desceram do palanque", diz. Luiz Carlos pretende iniciar movimento para que, na próxima Legislatura, a oposição dê mais atenção à fiscalização da ação administrativa do governo e menos para questões paroquiais.
Perguntinha Se desde março o Tribunal de Contas trabalha normalmente sem um conselheiro, é sinal de que ele não faz falta. Então, por que não extinguir o cargo? A pergunta é do deputado Edson Praczyk em requerimento ao presidente do TC, Heinz Herwig. Lembrando: a vaga está aberta desde a morte de Kielse Crisóstomo, em fevereiro. Em março, foi indicado Orlando Pessuti para substituí-lo, mas até agora não foi nomeado por Requião.
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