Parlamentares da oposição avaliaram que a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, é a comprovação da relação do PT com o esquema de corrupção na Petrobras. Presidente do PSDB, Aécio Neves (MG) disse que a prisão de Vaccari é o “mais triste retrato” de um partido que comete “crimes sucessivos” para se manter no poder. “O Brasil é protagonista de uma cena inédita da história. O responsável pelas finanças do partido que governa o Brasil está preso com sucessivas acusações”, disse.
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Condenada por realizar propaganda irregular de Dilma Rousseff em 2010, a Editora Gráfica Atitude recebeu R$ 1,5 milhão de um dos suspeitos de integrar o esquema de desvios na Petrobras, de acordo com o Ministério Público Federal. Pagamentos feitos entre 2010 e 2013 foram considerados pelo juiz Sergio Moro prova decisiva para a decretação da prisão preventiva do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
José Agripino Maia (RN), presidente do DEM, afirmou que o encarceramento do tesoureiro representa a “prisão preventiva do próprio PT”. Por sua vez, o líder do DEM, senador Ronaldo Caiado (GO), afirmou que Vaccari deveria fechar acordo de delação premiada para revelar detalhes do esquema, sem preservar membros do PT.
Defesa
Na nota em que anuncia o afastamento de João Vaccari Neto da tesouraria do PT, a cúpula do partido classifica a prisão do petista como “desnecessária” e “injustificada”, já que, desde o início das investigações, “ele sempre se colocou à disposição das autoridades para prestar qualquer tipo de esclarecimento”. O partido também reafirmou a “confiança na inocência de Vaccari”. “Não só por sua conduta à frente da Secretaria de Finanças do partido mas também pelo princípio de que todos são inocentes até prova em contrário”, diz a nota. O PT pretende indicar um substituto para a tesouraria do partido até sexta-feira (17).
Uma ala da legenda defendia que Vaccari deveria ter se afastado em novembro, quando surgiram as primeiras citações ao seu nome. No entanto, o tesoureiro é da corrente majoritária do partido e dá sustentação ao presidente do PT, Rui Falcão, que bancou sua permanência no cargo.
O ex-presidente Lula também apoiava a permanência do petista à frente da tesouraria da sigla mas, nos últimos dias, com o fechamento do cerco em torno de Vaccari, havia dito a aliados que preferia sua saída imediata.
Foi Lula quem fechou com Falcão a reação do PT à prisão do petista, em uma reunião nesta quarta (15), no Instituto Lula. O ex-presidente orientou que o PT emitisse uma nota em defesa de Vaccari e que anunciasse que era ele quem pedia o afastamento do cargo, na tentativa de eximir a cúpula petista do ônus de um afastamento depois de tanta protelação.
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