O senador e pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves (MG), afirmou nesta segunda-feira (1º) que a torcida pela volta do ex-presidente Lula nas eleições de 2014 é um "problema" que "o PT já está vivendo". Questionado se a queda na popularidade de Dilma Rousseff aliada à insatisfação da base governista no Congresso contribuíam para o clima de "volta, Lula", o mineiro afirmou que "esse é um problema que não é nosso. Mas o PT já está vivendo".

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"O instituto da reeleição quase te obriga a disputar [a reeleição]. É quase que compulsório. A não candidatura de alguém que está no cargo é, no mínimo, a falência daquele governo. Um atestado de incompetência para enfrentar os problemas", afirmou.

Pesquisa Datafolha divulgada no último sábado mostra que a avaliação positiva do governo da petista caiu 27 pontos em três semanas, indo de 57% para 30%.

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O levantamento também mostrou que a taxa de intenção de votos em Dilma caiu até 21 pontos percentuais depois dos protestos. Embora ainda lidere, a queda indica que hoje ela teria que enfrentar um segundo turno.

Já Lula se mostrou bem mais resiliente às manifestações. Segundo o Datafolha, o ex-presidente perdeu só dez pontos percentuais e ainda ganharia no primeiro turno a eleição hoje, em um dos cenários apresentados. Questionado sobre resultados ruins de outros governos, inclusive o de Geraldo Alckmin, em São Paulo, que é de seu partido, Aécio afirmou que os resultados das pesquisas são um "recado claro para toda a classe política, em especial aos governantes". "Como temos no Brasil um centralismo muito grande, nos momentos de dificuldade também as pessoas tendem a responsabilizar o governo federal. Por isso a queda da presidente foi maior."O mineiro afirmou ainda que a queda na avaliação de Dilma "deixa claro que o Brasil cor-de-rosa, o Brasil sem miséria, o Brasil de serviços públicos de alta qualidade não existem".

O senador voltou a criticar a proposta de um plebiscito sobre reforma política e disse que se trata de uma tentativa do governo de "desviar" das demandas colocadas pela população, como educação, saúde transporte. Para o mineiro, a presidente tem "tratado lateralmente" essas questões.