José Serra critica mistura de doença e eleição
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), afirmou ontem que acha desrespeitoso misturar a doença da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, com a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tanto ele quanto Dilma são pré-candidatos à sucessão em 2010.
"Acho até desrespeitoso misturar a doença da ministra Dilma com a eleição. Já desejei a ela pronto e definitivo restabelecimento. Especular eleição com doença não é apropriado de minha parte", disse Serra, em um rápido pronunciamento sobre o assunto, em Ribeirão Preto (São Paulo), onde participou da abertura da Agrishow 2009.
A escolha do candidato do PT à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua mantida para fevereiro de 2010. A avaliação da direção do partido é que o anúncio do tratamento de saúde da ministra Dilma Rousseff contra um linfoma câncer nos gânglios linfáticos não terá efeitos no processo interno. Dilma é pré-candidata petista e tem o apoio de Lula.
O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), disse ontem que o candidato do PT será quem apresentar melhor sintonia com os projetos sociais e com a política econômica desenvolvida pelo governo Lula. "A definição do candidato será em fevereiro. Temos um projeto para o candidato do PT e o nome que melhor traduz o que procuramos é o da ministra Dilma."
O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse acreditar que a candidatura à presidência de Dilma possa sair fortalecida após o anúncio de que ela enfrenta um câncer. "Imagino que possa até se fortalecer, pela sua própria trajetória, pelos desafios que ela já venceu. E fortalecer a identidade da ministra com um projeto que se confunde com a superação do próprio país", afirmou Haddad.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), aliado de Lula, também disse ontem que descarta um plano B para a sucessão presidencial. Cabral defende que o apetite por alternativas seja contido nos próximos meses. "Os oportunistas não terão vez. Os espertos da política e as células cancerígenas serão derrotadas pelos médicos e pela forte aliança PMDB-PT."
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