O líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), disse nesta sexta-feira (5) que o bloco de apoio do governo na Casa deve promover novas alterações na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para facilitar a prorrogação da CPMF até 2011. "Não temos votos para ganhar. Outras mudanças devem ocorrer em outros partidos", avalia Raupp.
Raupp enviou nessa quinta-feira (4) ao plenário o comunicado que afastou da CCJ, comissão considera pelos parlamentares como a mais importante da Casa, os senadores Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE) e Pedro Simon (PMDB-RS).
A decisão provocou a revolta de ambos e manifestações de protesto em outros partidos, principalmente da oposição. "Fiquei surpreso com a decisão do líder do PMDB de afastar os ilustres senadores Pedro Simon e Jarbas Vasconcellos. É tanto maior quando se sabe que tal procedimento não está em harmonia com as tradições da Casa, caracterizada pelo respeito às opiniões dos parlamentares", analisou o presidente da Comissão, senador Marco Maciel (DEM-PE).
"Folga" menor
De acordo com o líder do PMDB, a base aliada tem na Câmara votos com "folga" para aprovar a prorrogação do imposto do cheque, diferentemente do que acontece no Senado. "Aqui é um pouco diferente. Por isso, os líderes das bancadas estão trabalhando para garantir a aprovação desses projetos", afirma Raupp, respondendo a uma pergunta direta sobre a relação das mudanças com a aprovação da prorrogação do imposto do cheque.
O peemedebista não quis revelar em quais partidos haverá mudanças. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), desconversa sobre o assunto. "Não sei nada sobre isso. Foi uma decisão da maioria da bancada do PMDB", garante.
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prorroga até 2011 a CPMF e a Desvinculação das Receitas da União (DRU) deve ser aprovada pela CCJ antes de ser levada ao plenário. Lá, o governo precisa de 49 votos dos 81 parlamentares.
Dentro da chamada base aliada do governo na CCJ existe, pelo menos, um parlamentar que estaria na mira dos líderes. O senador Jefferson Peres (PDT-AM) já se manifestou contrariamente à aprovação da CPMF. O suplente dele é o senador Osmar Dias (PDT-PR).
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