Curitiba A refundação do PT seria legítima mesmo com a presença no Diretório Nacional de acusados de corrupção?É preciso uma avaliação muito criteriosa caso a caso em relação aos acusados. Primeiro, para garantir o direito de defesa a todos, porque tão importante quanto investigar e punir, é evitar linchamentos públicos e prejulgamentos. Até agora, não há provas de corrupção sistêmica no governo e no partido, apenas casos isolados.
Qual o posicionamento do senhor em relação à política de alianças e à política econômica?Um partido vitorioso precisa fazer alianças. Para a vitória do presidente Lula em 2002, elas foram importantes. Em 2003, não tínhamos maioria das esquerdas tradicionais no Congresso Nacional, o que nos obrigou a dialogar com outros partidos. É natural que o programa do partido seja mais amplo do que o de um governo, já que ele é a resultante possível da articulação que o compõe. Pela forma como o sistema partidário brasileiro está organizado, as alianças são necessárias.
Quanto à política econômica, tenho dito que a considero vitoriosa. Acredito que os fundamentos estão corretos, mas alguns aspectos podem ser mudados. Podemos ter metas mais flexíveis que permitiriam uma redução mais rápida dos juros. Além disso, as necessidades de infra-estrutura e de programas sociais exigem uma execução orçamentária mais ágil.
O que vai mudar no PT com manutenção do Campo Majoritário na presidência do partido?As primeiras mudanças são decorrência da composição da executiva nacional. O Campo Majoritário obteve expressivos 43% dos votos, mas não é mais maioria. Uma nova maioria terá de ser composta, com diálogo franco e aberto entre todas as correntes.
Depois de definida a posição, o papel do presidente é defender o que foi decidido pela maioria com firmeza.
Qual seria a maneira ideal para se fazer financiamento de campanha?Esse é um problema mundial. Sou um defensor do financiamento público de campanha, de preferência com lista, de modo que os mandatos do legislativo fossem do partido. Os partidos seriam fortalecidos, não teríamos mais finanças separadas de cada candidatura, mas apenas uma central.
Como o PT vai saldar as dívidas de campanha?As dívidas contabilizadas já foram identificadas e o processo de negociação vem sendo promovido. São conversas maduras e realistas, e as dívidas já vêm sendo pagas. Sou favorável de uma gestão mais transparente com mecanismos de controle, como publicação das contas na Internet e Orçamento Participativo no PT. Além disso, vamos precisar de muita criatividade e apoio da militância.
Qual a principal crítica a seu adversário?Minha preocupação com o discurso do companheiro Raul Pont, a quem respeito muito, é que há uma tendência forte ao excesso de auto-crítica. Acredito que o balanço das ações do governo Lula é muito positivo, ainda que críticas pontuais possam e devam ser feitas pelo PT. Pressionar o governo como principal partido da base não pode significar cair no jogo dos adversários que querem nos inviabilizar. É nosso governo e o nosso partido. Ambos precisam ser defendidos sem tergiversar.
O sr. defende a candidatura do presidente Lula em 2006?Sem dúvidas.
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