Fortaleza - O deputado federal Ciro Gomes (PSB) diz acreditar que o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), desistirá da disputa presidencial. O parlamentar estabeleceu o dia 2 de abril como a data a partir da qual a disputa pela sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva começará a ser esclarecida. "O Serra vai ter de mostrar a carta. Vai renunciar ao governo de São Paulo ou não. Eu acho que ele vai correr da briga. Acho que ele vai disputar o governo de São Paulo", disse Ciro.
Ainda, segundo o deputado, com Serra fora do páreo, o PSDB vai procurar o governador de Minas Gerais, Aécio Neves. Desenhando várias implicações num cenário com o mineiro candidato dos tucanos, Ciro afirmou: "Aí, barata voa. Geral". É que, de acordo com ele, Aécio convidaria o PMDB para ocupar o governo de Minas, com o atual ministro (das Comunicações) Hélio Costa. "O PMDB, que não é essa firmeza toda, pode deixar a Dilma conversando só", analisa o deputado.
Outra consequência apontada por Ciro com Aécio candidato seria no dilema enfrentado por ele, que é o de escolher entre disputar o governo paulista ou a Presidência da República. "Aí inverte. O PT, que está doido para eu ser candidato a governador de São Paulo, vai pedir para eu ser candidato a presidente, porque o Aécio vira imediatamente o favorito. Isso porque se ele for (candidato a presidente) vai ser com o apoio do Serra. Ganha em São Paulo. Tira 70% de Minas. Entra melhor no Rio de Janeiro do que o Serra. O Sul está hostil para nós (base aliada do Lula). O Centro-Oeste está um pouco hostil para nós. E o Nordeste não tem voto suficiente para tirar 6 milhões de votos de maioria, que essa maioria do Sudeste e do Sul sempre foi", avalia Ciro.
Outra implicação seria o tucano mineiro convidá-lo para vice, o que Ciro disse que não aceitará. "O Aécio, que é muito meu amigo, vai me convidar para vice. Vou dizer: meu irmão, eu não posso. Sou candidato a presidente", descartou. Ciro e Aécio, que têm conversado frequentemente, vão se encontrar mais uma vez no dia 4 de março, em Minas Gerais, nos festejos do centenário de nascimento do ex-presidente Tancredo Neves, avô do governador mineiro.
Ainda durante a entrevista, Ciro condenou duramente a aliança do PT com o PMDB como forma de questionar a tese de eleições plebiscitárias. "Se o grande debate seria a disputa da turma do Lula contra a do Fernando Henrique, e o PMDB está nas duas. Aí tem alguma coisa errada. É um plebiscito falso", criticou. Sobre a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata petista, Ciro elogiou, reconheceu que ela é "uma mulher de grande valor" e que votaria nela em outras circunstâncias.
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