No senado
Renan cobra maior diálogo do Planalto
Folhapress
Em mais um sinal de insatisfação com o Palácio do Planalto, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ontem que "conversar não arranca pedaço" e "aliança não significa pensar absolutamente igual sobre tudo". Ao cobrar maior diálogo da presidente Dilma Rousseff (PT) com os aliados, Renan disse que o governo precisa fazer sua parte ao ouvir as demandas do Legislativo. "Nós [Congresso] vamos fazer o que nós podemos. Mas a construção de uma grande convergência, de uma agenda nacional, a criação de um momento novo de união nacional precisa de conversas de lado a lado." No Senado, os aliados também ameaçam uma rebelião com a aprovação de propostas incômodas ao governo, como referendar a derrubada do decreto de Dilma que amplia poderes de conselhos populares.
Na tentativa de conter a ameaça de rebelião em sua base na Câmara dos Deputados, o Palácio do Planalto pediu que os deputados apresentem uma lista com projetos prioritários para votação até o fim do ano. O recado foi transmitido ontem pelo ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) ao presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), em encontro no Palácio. A ideia do governo é abrir uma negociação com os aliados.
O governo teme que, diante de insatisfações entre seus apoiadores, a chamada "pauta bomba", com propostas de impacto fiscal, avance no Congresso. "Foi uma conversa institucional, muito respeitosa como sempre. O ministro Mercadante foi dessa Casa, sabe muito bem as demandas e pressões desta Casa, entende bem as demandas do Legislativo", afirmou o peemedebista.
"A preocupação que ele revelou foi com as questões fiscais que preocupam muito em votações que venham, portanto, comprometer, e colocou apenas, como ponderação, um pedido para que pudéssemos informar quais seriam as pautas que essa Casa gostaria de votar. Fiquei de remeter alguns pleitos que estão aqui, apenas isso", completou.
Aos municípios
Alves disse que não cometerá "nenhum ato de irresponsabilidade neste momento", mas apontou entre as propostas com preferência na pauta de votações, matérias como o aumento dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios, além das chamadas emendas impositivas, que obriga o governo a pagar verbas do orçamento destinada por congressistas a seus redutos políticos.
"Certamente, [o aumento do FPM] entrará porque a situação dos municípios hoje é dramática, insustentável porque receberam muitas demandas, muitas obrigações, contrapartidas e estão sem orçamento, sem autonomia", disse Alves.
Decreto
Na quarta-feira, após ver seu decreto que sistematiza os conselhos populares ser derrubado pelos deputados, a presidente Dilma Rousseff telefonou para o peemedebista e pediu que não colocasse mais nenhuma proposta polêmica em votação nesta semana. O gesto da petista conseguiu interromper a votação da quarta-feira.
Reeleita com margem apertada no domingo, a presidente tenta conter o aumento da temperatura política que indica uma rebelião que reúne aliados insatisfeitos, grupos de pressão e uma oposição que promete "enfrentamento".
Vai piorar antes de melhorar: reforma complica sistema de impostos nos primeiros anos
Nova York e outros estados virando território canadense? Propostas de secessão expõem divisão nos EUA
Ação sobre documentos falsos dados a indígenas é engavetada e suspeitos invadem terras
“Estarrecedor”, afirma ONG anticorrupção sobre Gilmar Mendes em entrega de rodovia
Deixe sua opinião