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Integrantes da CPI dos sanguessugas acreditam que a participação efetiva de parlamentares no esquema que fraudava a compra de ambulâncias, inclusive com a cooptação de prefeitos, vai além da quebra de decoro parlamentar. Para o sub-relator da CPI deputado Júlio Delgado (PSB-MG), as revelações feitas pelo depoimento do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, apontado como o chefe da quadrilha, são graves e mostram a atuação concreta de parlamentares no esquema.

- Acho que houve claramente quebra de decoro e mais do que isso, se tudo o que ele disse for comprovado, houve crime com dinheiro público - disse Delgado.

O vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), concorda:

- Negociar com prefeito é algo normal. Mas negociar com prefeito para tirar alguma vantagem financeira e desviar dinheiro público é uma indecência, sem sombra de dúvida, no mínimo, quebra de decoro parlamentar.

O presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), acredita que os donos da Planan reuniram documentos contra parlamentares porque temiam que um dia fossem descobertos.

- A quadrilha foi se documentando, foi se preparando para um eventual momento como esse de investigação, com seus membros sendo presos. Eles estão bem documentados e o material é vasto. Ele pode até estar protegendo alguém, mas quando ele faz uma acusação e prova isso, dá veracidade a seu depoimento- disse.

O controlador-geral da União, Jorge Hage, afirmou que a cooptação de prefeitos por parlamentares era uma das formas de atuação dos donos da Planan, empresa que coordenava o esquema de fraude nas licitações de ambulâncias. Segundo Hage, Luiz Antônio e seu pai, Darci Vedoin, procuravam prefeitos e depois compravam parlamentares para que eles apresentassem emendas ou então negociavam com políticos no Congresso e esses convenciam seus prefeitos a participar da fraude.

- Eles agiam de várias formas, mas sempre sob a coordenação de um mesmo grupo. O importante é que isso está aparecendo porque todo mundo sabia que havia corrupção, mas ninguém colocava a mão na ferida - afirmou Hage.

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