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Líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, diz que partido está pronto para assumir governo no lugar de Dilma. | Lia de Paula/Agência Senado
Líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, diz que partido está pronto para assumir governo no lugar de Dilma.| Foto: Lia de Paula/Agência Senado

O retorno do ex-presidente Lula ao Palácio do Planalto como ministro da presidente Dilma Rousseff foi considerado nesta terça-feira (15) por integrantes da cúpula do PMDB, o fim do governo da petista.

A avaliação corrente entre lideranças peemedebistas é de que Dilma está “abdicando” de seu governo ao trazer Lula para dentro de “casa”. Entre os cargos que o petista poderá assumir está a Secretaria de Governo, cadeira ocupada atualmente pelo ministro Ricardo Berzoini, responsável por conduzir as negociações do Palácio do Planalto com as lideranças da base aliada no Congresso.

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Dentro da cúpula do PMDB, não há consenso, porém, sobre qual poderá ser o impacto da atuação de Lula junto aos aliados. A expectativa é que, ao assumir o novo posto, o ex-presidente inicie um processo de reaglutinação, intensificando as conversas com as principais lideranças no Congresso.

O entendimento de parte do PMDB é que Lula até poderá trazer um “novo gás” para o governo e dessa forma “embaralhar” os avanços do processo de impeachment contra Dilma e o desembarque da legenda.

Por outro lado, alguns setores do partido entendem que Lula se enfraqueceu com os desdobramentos mais recentes da Lava Jato e as manifestações anti-PT realizadas no último final de semana em todo o País. Em razão disso, deverá ter dificuldades no curto prazo para reorganizar a base aliada.

O tempo de reação do “novo governo” é considerado como fundamental, uma vez que no radar dos peemedebistas está o calendário do impeachment. Nos cálculos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o processo de afastamento da presidente na Casa deve ser concluído nos próximos 45 dias. Após passar pela avaliação dos deputados, o processo deverá ser encaminhado para o Senado e, se recebido, abre-se o prazo de 180 dias de afastamento da presidente.

Corpo a corpo

Em meio aos avanços da crise política no Congresso e da sinalização de afastamento do PMDB, a presidente Dilma Rousseff passou a intensificar nos últimos dias o corpo a corpo com lideranças da legenda do Senado consideradas primordiais para impedir os avanços do processo de impeachment.

A presidente se reuniu, nesta terça-feira (15), no Palácio do Planalto, com o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), que em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo no último sábado (12), afirmou que o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), e a legenda estão preparados para assumir o comando do País, caso Dilma seja afastada do cargo.

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“Fiz uma análise verdadeira do cenário”, afirmou Eunício após deixar o Palácio. Questionado se Dilma demonstrou preocupação com o atual momento, o peemedebista inicialmente esquivou-se: “Encontrei uma Dilma muito serena. Ela é muito forte”. Em seguida emendou: “Mas como não estar preocupado com o cenário político e econômico? Agora tudo ficou anormal”.

O encontro entre os dois não consta na agenda oficial da petista. Segundo Eunício, na reunião, Dilma não mencionou a possibilidade de o ex-presidente Lula assumir um ministério nos próximos dias.

Além do líder do PMDB do Senado, Dilma também tem feito corpo a corpo com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Os dois se reuniram no início da noite dessa segunda-feira (14). No mesmo dia, Dilma convocou os ministros do PMDB para medir a temperatura de seus subordinados após a convenção do partido no último sábado, quando a legenda aprovou uma moção que impede que membros do partido assumam novos cargos no governo pelos próximos 30 dias. A proibição vale até o diretório nacional tomar uma decisão definitiva sobre o desembarque ou não da gestão da petista.

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