"Imagine o que o Ministério Público faria se o fato [a compra dos tablets] tivesse ocorrido no âmbito do Executivo, do Legislativo ou de uma prefeitura?"
Fernando Collor (PTB-AL), senador.
Com a ajuda de um plenário vazio, o senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) conseguiu ontem uma vitória na sua busca para desgastar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. O Senado aprovou um requerimento de Collor em que ele pede ao Tribunal de Contas da União (TCU) que faça uma auditoria na compra de 1,2 mil tablets feita pelo Ministério Público Federal (MPF), órgão comandado por Gurgel. Desde o ano passado, Collor tem sido um duro crítico do procurador, contra quem já pediu o impeachment do cargo.
O pedido de investigação feito pelo senador petebista foi aprovado com um plenário praticamente vazio. No momento da votação, apenas seis parlamentares estavam presentes. Collor aproveitou e, sem se referir ao conteúdo do pedido, cobrou do vice-presidente do Senado, o petista Jorge Viana (AC), a apreciação do seu requerimento. Vianna colocou a matéria em votação e, sem qualquer objeção, o pedido foi aprovado simbolicamente.
No dia 5 de fevereiro, um dia antes de apresentar o requerimento, o petebista chamou de "escancaradamente" dirigida a licitação do MPF para a compra dos tablets, ao custo de R$ 3 milhões. Na concorrência pública, a Procuradoria escolheu os modelos iPad 3. Collor criticou até a data da compra, ocorrida no último dia de 2012. Ele também classificou a licitação de "absolutamente irresponsável" e ocorrida "rigorosamente no apagar das luzes do órgão".
Gurgel classificou de "risível" a iniciativa de Collor. Segundo ele, o procedimento de escolher uma determinada marca tem respaldo legal e é usado por "diversos órgãos do governo". "Um dos precedentes mais recentes é do Ministério de Minas e Energia, em procedimento já aprovado pelo TCU", destacou, ao ressaltar que é "legítimo" o Senado pedir a atuação do tribunal.
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