A presidente Dilma Rousseff avaliou nesta segunda-feira (17) a auxiliares que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso quis pegar carona nos protestos contra o governo que ocorreram no domingo (16) ao sugerir a sua renúncia, segundo relato obtido pela reportagem.
No entendimento da presidente, tucanos como Aécio Neves (PSDB-MG) e José Serra (PSDB-SP), pela primeira vez desde o início dos protestos, foram às ruas e tentaram, nas palavras de auxiliares, “tirar proveito da manifestação”. Por isso, para Dilma, FHC quis se posicionar para “não ficar para trás”. Para um assessor presidencial, o tucano “morde e assopra”.
Um dia após as manifestações, FHC disse, em mensagem divulgada em sua página no Facebook, que a renúncia seria um “gesto de grandeza” da presidente.
Dilma também achou “contraditória” a fala de FHC comparada com manifestações anteriores do ex-presidente, em tom mais moderado.
O texto desta segunda foi o mais duro recado já enviado a Dilma pelo líder tucano e representa uma tentativa de aproximar o PSDB do sentimento expresso nas ruas. Segundo o Datafolha, 66% dos brasileiros são favoráveis à abertura de um processo de impeachment.
Reações
O secretário-geral nacional do PSDB, deputado federal Silvio Torres (SP), afirmou nesta terça (18) que a mensagem de FHC deve ser adotada como linha principal de atuação do partido a partir de agora.
Para ele, a defesa da renúncia de Dilma unifica o partido e deve orientar o discurso da sigla, inclusive no Congresso Nacional, diante do atual cenário de crise política.
Nesta segunda, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), classificou a declaração de Fernando Henrique como um “grave equívoco”, “demonstração de ressentimento e inveja” e que revela uma “pequenez política” por parte do tucano, que age como “líder de torcida”.
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