| Foto: Elza Fiuza/ABr

A presidente Dilma Rousseff afirmou em entrevista publicada ontem pelo jornal chileno El Mercurio que o Brasil não vive uma crise de corrupção e que as irregularidades na Petrobras investigadas pela Operação Lava Jato são anteriores aos governos do PT. A presidente ainda defendeu a punição dos culpados e afirmou que "não há intocáveis" no país.

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"Minha indignação com as denúncias que envolvem a Petrobras é a mesma que sentem os brasileiros. E quero, como todos eles, que os culpados sejam punidos", afirmou Dilma ao jornal chileno.

A presidente, porém, buscou defender seu governo afirmando que as denúncias de corrupção hoje são investigadas. "O Brasil não vive uma crise de corrupção, como afirmam alguns. Nos últimos anos, começamos a pôr fim a um largo período de impunidade. É um grande avanço para a democracia brasileira."

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Questionada sobre como seria liderar uma campanha "séria" anticorrupção se o próprio PT é protagonista do escândalo da Petrobras, Dilma afirmou que foi sob seu governo que a Polícia Federal (PF) começou a trabalhar para desmantelar um esquema que, segundo ela, opera desde antes das gestões petistas na Presidência.

"Essas investigações têm levado ao desmantelamento de um esquema que é suspeito de ter décadas de existência, antes dos governos do PT", disse a presidente ao voltar a destacar que sua gestão tem liderado o processo contra a impunidade no país. "Eu mesma despedi, três anos antes das investigações, o diretor que confessou para a Justiça a existência de um esquema de desvio de dinheiro na Petrobras", disse, se referindo a Paulo Roberto Costa, que comandou a diretoria de Abastecimento da estatal. Na verdade, porém, foi o ex-diretor que pediu demissão e, ao deixar o cargo, inclusive recebeu elogios do Conselho de Administração da Petrobras.

Dilma ainda assegurou que os culpados serão punidos. "No Brasil não há intocáveis. Qualquer um que não trate o dinheiro público com seriedade e honestidade deve pagar por isso. É um compromisso do meu governo."

Destaque

Dilma concedeu a entrevista ao El Mercurio porque foi escolhida por editores do GDA (consórcio que reúne 11 jornais latinos) como a personagem que mais se destacou no noticiário da América Latina em 2014.

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