Tão logo comece a apreciação do processo de quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o Conselho de Ética da Casa já deve enfrentar sua primeira polêmica. O motivo são as regras para a escolha do relator do caso, que elaborará o parecer que vai indicar a manutenção ou a perda do mandato do deputado.
De acordo com o Código de Ética da Câmara, o relator do processo deve ser escolhido pelo presidente do Conselho, o deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), a partir de três nomes de integrantes do colegiado sorteados. O relator não pode ser do estado, do partido e do bloco do qual faz parte o denunciado.
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Acontece que o bloco de Cunha era formado inicialmente por PMDB, PP, PTB, DEM, PRB, SD, PSC, PHS, PTN, PMN, PRP, PSDC, PEN e PRTB. Agora, o bloco se desfez em agrupamentos menores e o PMDB ficou ligado apenas ao PEN.
Assessores da Câmara entendem que vale o grupo atual, o que permite que aliados de Cunha disputem a relatoria. No entanto, o presidente do Conselho não está certo de qual formação deve aceitar como válida e conversará nesta terça-feira (20) com a assessoria jurídica da Casa. “Não posso interpretar. Essa é uma questão que não posso errar”, afirmou.
Segundo aliados de Cunha, o presidente da Câmara gostaria de ter o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) na relatoria. Sá foi candidato à presidência do Conselho com apoio de Eduardo Cunha, mas acabou derrotado.
No colegiado, aliados calculam que os votos favoráveis a ele caíram de entre 11 e 14 para algo em torno de cinco.
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