Processos
Justiça Federal acatou denúncia contra 42 indiciados na Lava Jato
Os quatro principais alvos da Operação Lava Jato também estão presos na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba. Alberto Youssef, Nelma Kodama, Carlos Habib Chater e Raul Henrique Srour são considerados pela PF e pelo Ministério Público Federal (MPF) grandes operadores do mercado negro de câmbio. A Justiça Federal acatou denúncias contra os quatro e outras 38 pessoas que estariam envolvidas no caso ao longo das últimas duas semanas. Ao todo, eles teriam movimentado ilegalmente cerca de R$ 10 bilhões, segundo a investigação.
Elo de ligação entre os escândalos da Lava Jato e da Petrobras, Youssef é acusado de movimentar de forma fraudulenta US$ 444,5 milhões, em 3.649 operações. Ele também teria participado de lavagem de dinheiro de recursos desviados de obras da Petrobras, em conjunto com Paulo Roberto Costa que foi diretor de Abastecimento da companhia entre 2004 e 2012. Já Kodama, Chater e Srour são acusados de usar empresas para lavar dinheiro e enviar recursos ao exterior de forma ilegal.
R$ 10 bilhões teriam sido movimentados no esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas investigado pela Polícia Federal.
Preso desde março, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa retornou para a carceragem da Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba. Um dos alvos da Operação Lava Jato, ele havia sido transferido na segunda-feira para o Presídio Estadual de Piraquara II (PEP II), na região metropolitana. A secretária de Justiça do Paraná, Maria Tereza Uille Gomes, porém, solicitou seu retorno para a carceragem da PF, onde esteve preso entre os dias 19 de março e 28 de abril. O pedido foi acatado pelo juiz Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal de Curitiba, e a transferência ocorreu por volta das 14 horas de ontem.
INFOGRÁFICO: Saiba por quais supostos crimes já foram denunciados os quatro alvos
De acordo com a assessoria da Secretaria de Justiça (Seju), a solicitação foi feita para "evitar problemas" e "preservar a integridade física" de Costa, que responde a processo por suspeita de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. No entendimento da secretária, a PEP II tem um alto número de detentos cerca de mil e não conta com o mesmo esquema de segurança de penitenciárias federais de segurança máxima. Sendo assim, seria arriscado manter o ex-diretor da Petrobras no local, defende.
Maria Tereza sugeriu, também, que Costa fosse transferido para a penitenciária federal de Catanduvas, no interior do Paraná, onde teria mais segurança. O juiz Sérgio Moro deu um prazo de cinco dias para que as partes envolvidas manifestassem sua posição em relação à transferência.
Defesa
Por meio de sua assessoria de imprensa, o advogado Fernando Fernandes, que defende Costa, disse que não concorda com a transferência para Catanduvas. No entendimento da defesa, não há motivo para que o ex-diretor da Petrobras permaneça preso, uma vez que todas as provas já foram colhidas. Além disso, o presídio federal tem como finalidade abrigar presos de alta periculosidade, o que não seria o seu caso. A defesa adiantou que deve formular um novo pedido de transferência para o Rio de Janeiro.
Também através da assessoria de comunicação, a PF declarou que está apenas cumprindo determinação judicial e que ele deve ficar sob sua custódia até que haja nova deliberação da Justiça sobre o caso.
Acusação
Costa foi preso no dia 19 de março pela Polícia Federal, durante a Operação Lava Jato. A operação, deflagrada dois dias antes, teve como alvo um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. Os principais alvos foram os doleiros Alberto Youssef, Nelma Kodama, Carlos Habib Chater e Raul Henrique Srour.
De acordo com a investigação, Costa estaria envolvido em um esquema de desvio e lavagem de dinheiro público em refinarias da Petrobras, junto com Youssef. Segundo a PF, o ex-diretor estaria tentando destruir provas do caso. Suas filhas e seus genros teriam ido ao escritório de sua empresa, a Costa Global, para coletar dinheiro e destruir documentos que interessariam aos investigadores. A defesa nega as acusações.
Nas últimas semanas, a Justiça Federal acatou duas denúncias, propostas pelo Ministério Público Federal (MPF), contra ele a primeira por crime de desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, e a segunda por tentativa de destruição de provas. Neste último processo, seus familiares também são réus.
Costa disse ter sido ameaçado por agente; Polícia Federal apura o caso
Durante sua estada na carceragem da Polícia Federal (PF), o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse ter sido ameaçado por um agente. Ele escreveu dois bilhetes sobre a ameaça: o primeiro foi entregue a seu advogado no dia 21 de abril, e o segundo foi escrito no dia 28 quando ele foi transferido para o Presídio Estadual de Piraquara II (PEP II). Por meio de sua assessoria de comunicação, a PF declarou que foram adotadas medidas para apurar o caso.
No primeiro bilhete, Costa relatou que um agente o teria abordado dizendo que ele e seu advogado estariam "causando muita confusão" por causa de um pedido de caminhada e banho de sol no feriado. O bilhete foi entregue a seus advogados no dia 21, mas só se tornou público no dia 25.
Na segunda-feira, ele escreveu um novo bilhete relatando que teria sido abordado pela mesma pessoa. Costa disse, também, que passou 48 horas sem direito a banho de sol ou caminhada. "Estou com risco de vida junto à PF", alegou.
Piraquara
Costa também teria reclamado das condições do PEP II, por meio de bilhete. Ele relatou que a cela é muito suja e não possui vaso sanitário. Ele disse, ainda, que passou frio durante a noite por ter recebido "apenas uma manta", e que não conseguiu se alimentar no presídio devido à "baixa qualidade da comida".
Ele estava sozinho numa cela destinada a presos com ensino superior. O presídio comporta cerca de 900 presos. As visitas de seu advogado eram feitas num ambiente coletivo.
Segundo a secretária da Justiça do Paraná, Maria Tereza Uille Gomes, não houve notícias ou queixas de ameaça à integridade física de Costa.
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