O feriado prolongado que vai desta sexta-feira até o dia 1º de maio deve ser tranqüilo nos aeroportos brasileiros. Pelo menos é o que prometem a Infraero, estatal responsável pelos aeroportos, e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), órgão que regula o setor aéreo. Segundo eles, não há chances de se repetir o caos do dia 30 de março, em que os aeroportos do país foram fechados após uma paralisação dos controladores.
O mesmo acredita o ministro da Defesa, Waldir Pires. Para ele, não há mais motivos para paralisações nos aeroportos.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Vôo - representante dos controladores civis - também exclui novos protestos no feriadão, mas não descarta incidentes devido à "situação ruim" dos operadores de vôo:
- Aparentemente, tudo será tranqüilo. Mas podem existir casos de problemas de saúde, já que os controladores ainda estão sob estresse contínuo. Não descarto também panes nos equipamentos, o que é perfeitamente possível devido à deteriorização do sistema - disse o diretor-técnico do sindicato, Ernandes Pereira da Silva.
O sindicalista afirma que a categoria ainda espera uma posição do governo sobre suas reivindicações:
- Ainda estamos no aguardo, nada mudou. É prática do PT e do governo Lula prometer e não cumprir.
Silva também afirmou não acreditar que os controladores militares - que são a maior parte da categoria - cruzem os braços ou pratiquem operações-padrão novamente.
- Eles estão assustados com a repercussão da última paralisação. Não estão acostumados com negociações, não sabem como se processa isso e estão sofrendo inquérito policial militar. Por isso não há proposição de greve.
O representante do sindicato promete desaguar todas as ansiedades dos controladores na CPI do Apagão Aéreo.
- Vamos aguardar a CPI, porque nela vamos botar pra fora tudo que temos direito. Nós somos o único segmento da sociedade que ainda não teve os benefícios da democracia - reclamou.