O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), classificou como uma piada as críticas feitas pela cúpula do PSDB ao governo da presidente Dilma Rousseff em convenção do partido no fim de semana. Para o petista, a defesa pública do impeachment feita pelos tucanos é “uma visão autoritária”, irresponsável e “coisa de uma direita truculenta”.
“Essa é uma visão absolutamente autoritária. É um desserviço que o PSDB está fazendo. Eles que quebraram o Brasil”, afirmou Guimarães. “Fiquei espantado com o FHC [ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB] que sobe à tribuna e diz que o PT quebrou o Brasil. Ele quebrou o Brasil. Queria até vender o Banco do Brasil, a Petrobras”, completou.
Para o petista, os ataques dos tucanos intensificados no final de semana, durante a convenção nacional do partido que reelegeu Aécio como presidente, parecem “uma piada” e são irresponsáveis. “Eles quebraram o Brasil. Dizer que o PT quebrou o país parece uma piada dessa gente que governou durante 8 anos, comprou reeleição, como foi divulgado, e vem agora com esses atalhos antidemocráticos. Querem governar o Brasil, ganhem as eleições primeiro. A democracia tem regras”, completou.
Na convenção, Aécio afirmou que o PSDB já se prepara para, em breve, deixar de ser oposição e passar a ser governo, em alusão à queda da presidente. “Vamos trabalhar para impedir esses movimentos golpistas, principalmente liderados pelo PSDB”, disse.
No início da tarde, o vice-presidente, Michel Temer, responsável pela articulação política do governo, também saiu em defesa de Dilma, afirmando que o “em breve” do tucano deveria se referir a 2018, quando o país realizará novas eleições e disse que a presidente está tranquila em relação ao assunto.
Para afinar o tom da defesa pública de seu governo, Dilma convocou uma reunião emergencial para o início da noite desta segunda com presidentes dos partidos aliados e líderes da base no Congresso.
O objetivo é tratar dos movimentos pelo afastamento da presidente que ganharam força na oposição com a piora da crise que acomete o governo. Nas palavras de um aliado, Dilma quer acalmar a base e pedir que os parlamentares a defendam no Congresso “diante desse clima de impeachment”.
ARTICULAÇÃO
Seguindo o plano de apaziguar a crise entre o Executivo e o Legislativo, Guimarães seguiu a toada da fala feita por Temer mais cedo e afirmou que a articulação do governo “está muito bem”. “Eu me dou tão bem com Michel que, às vezes, a relação é melhor com ele do que alguns petistas pela sintonia que temos e pela ação que é bem articulada”, disse.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e apoiadores reagem a relatório da PF que indiciou 37. Assista ao Entrelinhas
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Otan diz que uso de míssil experimental russo não vai dissuadir apoio à Ucrânia
Deixe sua opinião