As imagens do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), e de seus assessores recebendo propina não serviram para convencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva da culpabilidade dos envolvidos. Momentos antes de deixar Estoril, em Portugal, onde participou da Cúpula Íbero-Americana, ele disse que não cabe ao chefe de Estado se manifestar sobre investigações da Polícia Federal (PF), mas afirmou que as imagens, na sua opinião, não provam nada. "A imagem não fala por si. O que fala por si é todo o processo de apuração e de investigação".
Para o presidente, caberá à PF esclarecer as circunstâncias dos crimes e à Justiça se pronunciar sobre as responsabilidades. "O presidente da República não pode ficar dando palpites se é bom ou se é ruim. Vamos aguardar a apuração." Lula também se esquivou ao afirmar que enviou ao Congresso, em 2008, duas mini-reformas políticas, medida que, no seu entender, poderia evitar escândalos de corrupção. "Não é o Poder Executivo que vota no Congresso Nacional. Nós já mandamos uma no ano passado, mandamos outra agora, com sete pontos importantes para serem votados", lembrou ele, destacando o financiamento público de campanha.
"Eu espero que o Congresso Nacional tenha maturidade para compreender que grande parte dos problemas que acontecem com dinheiro é a questão da estruturação partidária no Brasil", afirmou. "Vamos mudar urgentemente e fazer uma reforma política. Ela é condição fundamental para que a gente tente evitar que problemas como este continuem ocorrendo no Brasil." A comitiva presidencial deixou Estoril e já ruma para Kiev, capital da Ucrânia, próxima etapa do giro europeu.
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