O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), afirmou nesta terça-feira (8), após audiência com a presidente Dilma Rousseff, que acha possível que o Congresso vote um projeto de reforma política ainda neste ano, no segundo semestre."Durante este primeiro semestre, podemos acumular todas as discussões, todos os debates, e quem sabe já no segundo semestre ter condições de votar uma proposta de reforma política tanto na Câmara quanto no Senado. O que nós queremos é que este processo não pare, que ele não tenha interrupção", declarou o petista.
Segundo ele, a disposição do parlamento de encaminhar "a discussão e o debate da reforma política o mais rapidamente possível" foi colocado à presidente no encontro desta terça, que contou também com a presença do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Sarney, no entanto, não deu declarações ao sair do Palácio do Planalto.
"Há um entendimento por parte dos deputados e senadores de que essa é uma matéria que precisa ser tratada com celeridade. (...) O senador José Sarney, presidente do Senado, está criando uma comissão no Senado, e nós vamos constituir também na Câmara dos Deputados uma comissão que vai trabalhar os temas relacionados à reforma política e que irão ali na frente se juntar, a partir dos debates feitos", afirmou.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou nesta terça que já tem uma lista com alguns nomes que serão convidados a compor a comissão que vai discutir a reforma política. Segundo ele, os senadores e ex-presidentes da República Fernando Collor (PTB-AL) e Itamar Franco (PPS-MG) serão convidados para integrar a comissão.
Salário mínimo
O presidente da Câmara disse ainda que a questão do salário mínimo não foi tratada com a presidente, mas afirmou que acredita ser possível votar a proposta do governo, de fixá-lo em R$ 545, até o início de abril.
"Nós vamos ter uma discussão mais aprofundada sobre o tema do salário mínimo. Não havendo nenhuma novidade, [deve ser votado em] final de março, início de abril", declarou Maia.O deputado também afirmou que é "legítimo" o debate ocorrido no Congresso, onde já surgiram propostas de fixar valores maiores que o proposto pelo governo.
"O que eu tenho dito sempre sobre isso é que é importante que o debate do parlamento com as posições tomadas pelo governo e pela sociedade levem a duas direções: aprovar o salário mínimo que seja melhor para o Brasil e que esteja de acordo com as reivindicações da sociedade, mas que ao mesmo tempo seja capaz de produzir o equilíbrio econômico que dê ao Brasil as condições de continuar crescendo", defendeu.
Nesta terça, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que as pressões das centrais sindicais por uma salário mínimo maior é "oportunista", repetindo o que havia dito o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia anterior, em Dacar, no Senegal, onde ocorre o Fórum Social Mundial.
Maia comentou a intenção de Dilma de fixar a metodologia de cálculo do salário mínimo apenas até 2014, e não até 2023, como previa projeto sancionado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Acho que a presidenta Dilma está sendo cuidadosa no sentido de dizer 'Olha, eu tenho governabilidade sobre o meu período na Presidência da República'. Acho que é um zelo dela para não querer jogar mais pra frente um debate sobre políticas de recuperação do salário mínimo", afirmou.
A regra atual de reajuste para o salário mínimo prevê reposição da inflação do ano anterior e aumento real com base no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes em 2009, a variação do PIB foi zero, em razão da crise econômica mundial iniciada em 2008.
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