O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve uma conversa reservada com o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), e o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), na noite da sgunda-feira, em São Paulo, para comunicar que não vai interferir em favor do PT nesta reta final da disputa pela prefeitura de Salvador. Pesquisas de intenção de voto apontam uma disputa acirrada entre o deputado Walter Pinheiro (PT-BA) e o prefeito João Henrique Carneiro (PMDB), que concorre à reeleição.
Entre fazer um petista prefeito da capital baiana e manter intacta a aliança nacional com o PMDB do ministro da Integração Nacional, deputado Geddel Vieira Lima (BA), Lula optou pela parceria com os peemedebistas, que dá maioria e sossego ao governo no Congresso. A idéia é não expandir a briga entre os dois partidos para além de Salvador, sob pena de complicar a vida do governo, agora e em 2010, abrindo uma guerra na base aliada. Nada mais inconveniente ao Planalto em tempo de crise econômica mundial e praticamente às vésperas da sucessão no Congresso.
Segundo um colaborador do presidente que acompanha de perto a movimentação do chefe, o próprio Lula procurou o ministro Geddel para tranqüilizá-lo de que não haverá intervenção presidencial no segundo turno de Salvador. Na conversa com Temer, o governador petista deixou claro que, qualquer que seja o resultado das urnas, será preciso fazer uma composição política no estado.
Passado o clima eleitoral, marcado por ataques de parte a parte, o governador quer recompor a parceria com o PMDB baiano que ajudou a elegê-lo, indicando seu candidato a vice. Lembrou que o prefeito precisa do governador, e que o governo da Bahia também precisa se relacionar bem com os ministros para fazer uma boa administração.
Mais do que estar de acordo com a decisão de Lula, foi Jaques Wagner quem levou Temer ao encontro do presidente. Ex-ministro da Coordenação Política, o governador sabe que o Palácio do Planalto trabalha para garantir um acordo entre PT e PMDB no Congresso, de modo que Temer seja eleito presidente da Câmara e a presidência do Senado fique com o PT do senador Tião Viana (AC).
Os peemedebistas concordaram com o presidente, mas vários deles já se movimentam no Senado, em favor de uma candidatura própria. Tanto é que o PT marcou jantar da bancada de senadores para a próxima terça-feira, disposto a tirar dali o apoio unânime à candidatura de Tião Viana e apressar o lançamento oficial do petista.
Satisfeito com a neutralidade de Lula, Geddel considera natural que alguns peemedebistas trabalhem em favor da candidatura própria no Senado, mas observa: "Na hora que acabar esse estresse da eleição, todos vão se compor".
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