| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo

A nomeação do vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (PSD), para a Secretaria da Micro e Pequena Empresa foi criticada ontem por alguns integrantes do PSDB. No entanto, na expectativa de manter o PSD na base de apoio à reeleição do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, os tucanos resolveram poupar Afif e preferiram atacar a presidente Dilma Rousseff.

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Afif assume amanhã o 39.º ministério do governo petista e pretende acumular a função com a de vice-governador de São Paulo. O convite já era esperado há alguns meses, desde a criação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, e é encarado como mais um sinal da montagem antecipada de palanques para a eleição de 2014.

Embora nos bastidores não esteja nada satisfeito com a permanência do novo ministro no cargo de vice, Alckmin não pretende se indispor neste momento com o PSD. Ontem, ele voltou a elogiar a indicação do vice. "Foi um convite, normal. Nós entendemos que é ótimo, que poderá colaborar com o Brasil. E São Paulo é sempre um parceiro do Brasil", disse.

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O senador Aloysio Nunes (SP) alogiou a atuação de Afif, mas criticou a criação de um novo ministério. "Felizmente, apesar de discordar da criação do ministério, a presidente escolheu alguém que não é louco, é lúcido, não é burro, é inteligente, um homem profundamente responsável", afirmou.

Destoando da maioria dos tucanos, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), fez críticas a Afif. Para ele, o novo ministro deveria se afastar da vice-governadoria para assumir o ministério. "Errada está a presidente, ao criar mais um cabide de emprego, uma estrutura desnecessária, e errado também está o Afif, uma pessoa que eu prezo, mas que cometeu, eu acho, um ato falho ao aceitar essa oportunista missão do governo."

Acúmulo

A possibilidade do acúmulo dos cargos de vice-governador e de ministro é questionada. Na avaliação do jurista especializado em Responsabilidade de Agentes Públicos, Léo da Silva Alves a situação é, no mínimo, "imoral" e pode levar a questionamentos na Jsutiça. "A moral interessa ao direito e é uma exigência social. Não foi sem razão que a Constituição Federal, no art. 37, traz a moralidade como um dos princípios a reger a administração pública, ao lado da legalidade", explica.

Desde o início do ano, Afif estaria fazendo consultas a juristas sobre o assunto e as opiniões que teria obtido seriam divididas. De acordo com a assessoria do vice-governador, ele se pronunciará sobre o assunto apenas amanhã.

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