Kassab pode migrar para o PMDB ou PSB ou até criar um novo partido| Foto: Arquivo ABr

Na tentativa de evitar o esfacelamento do DEM, seus fundadores reuniram-se ontem para discutir a criação de uma direção compartilhada entre as duas principais alas da legenda. A proposta debatida pelo senador José Agripino Maia (RN), candidato a presidente do DEM, e pelos ex-senadores Jorge Bornhausen (SC) e Marco Maciel (PE), em almoço em um restaurante em São Paulo, foi apresentada como uma forma de evitar que o prefeito paulistano, Gilberto Kassab, abandone o DEM.O acordo prevê, entre outros pontos, que o grupo ligado à atual presidência, ocupada pelo deputado Rodrigo Maia (RJ), indique o futuro dirigente, que seria Agripino. A outra facção ficaria com o segundo posto na hierarquia partidária, a secretaria-geral, para a qual poderia ser indicado Marco Maciel ou outro nome ligado ao grupo de Kassab. "Se essa proposta vingar, é grande a chance de Kassab ficar no partido", declarou Agripino.

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Também foi discutido o controle dos diretórios municipais e estaduais da legenda, principalmente o paulista, no qual Kassab exerce o controle.

Apesar da tentativa de chegar a um acordo, a maior parte da cúpula do DEM acha pouco provável que o entendimento evite a migração de Kassab para o PMDB ou o PSB. O prefeito avalia ainda fundar uma nova legenda, o que seria uma saída jurídica para não ter o mandato requerido pela Justiça por infidelidade partidária. Depois de ingressar na nova legenda, promoveria uma fusão com uma das duas siglas (PMDB ou PSB).

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Agripino colocará hoje os termos do acordo para o grupo ligado a Maia, do qual fazem parte o líder do DEM na Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto, e o deputado Ronaldo Caiado. Mas há resistência dessa ala em aceitar a proposta, principalmente entre os deputados.

Na avaliação deles, o grupo ligado a Bornhausen e Kassab disputa o poder para depois conduzir o partido para o destino que melhor convier ao futuro político do prefeito, o que incluiria até uma guinada para aderir ao governo Dilma.

"Querem discutir espaço no partido, mas espaço é proporcional [à votação na convenção]. Como esse pessoal fala em unidade, se já tem advogado contratado para montar novo partido? Isso é chantagem", disse Caiado.

"Minha contribuição [ao partido] acaba hoje. Se não construirmos um acordo até quarta, encerro minha participação. Não adianta tentar por mais um mês", disse Bornhausen, cuja saída pavimentaria a adesão do governador Raimundo Colombo (SC) à base governista de Dilma.

Se o acordo vingar, Agripino e, provavelmente, Maciel teriam seus nomes homologados na convenção do dia 15 de março, que elegerá uma comissão provisória para dirigir o partido até uma convenção final, que seria realizada em setembro.

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