Se a repercussão da campanha política feita nos últimos quatro meses depender da análise dos marqueteiros de cada um dos candidatos, tanto Roberto Requião (PMDB) como Osmar Dias (PDT) saíram vitoriosos. De um lado, a afirmação de que o resultado positivo nas urnas reflete a dose certa no marketing de campanha. Do outro, a certeza de que a disputa acirrada nas urnas trouxe à tona um candidato mais forte, com uma imagem positiva.

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Para o coordenador de marketing da campanha de Roberto Requião (PMDB), Aírton Pissetti, "todo marketing que vence, é bom". Pisseti não quis revelar as estratégias utilizadas na campanha. Segundo ele, em marketing nunca se conta o que faz. "Os resultados dependem da experiência de profissionais envolvidos. Mas fizemos uma campanha concreta, o eleitor tratou de coisas concretas. Coisas como crianças correndo na grama ao som de uma música bonita já não funciona há muito tempo", afirmou.

Em análise geral da campanha, a coordenadora de marketing do PDT, Cila Schulman, afirma ter certeza de que acertou nas doses de ataques e proposições. De acordo com Cila, fazer o contraponto com a personalidade do governador reeleito e o estilo de cada um dos candidatos garantiu a consolidação da imagem de Osmar Dias como um nome forte na oposição. "Ele saiu da campanha muito maior que entrou. Ganhar ou perder é uma decisão, mas não é só o que importa", disse. A linha central para fortalecer o pedetista foi mostrar questões propositivas e o perfil do senador como um político "calmo e equilibrado" concorrendo com uma pessoa "truculenta e autoritária.

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O tumulto do primeiro turno, ocorrido pela grande quantidade de candidatos, impossibilitou uma disputa mais acirrada no dia 1.° de outubro, avalia Cila. "Não pudemos intensificar a apresentação do perfil do Osmar", disse. Para garantir o segundo turno, optou-se por atacar a polêmica do pedágio e o autoritarismo do governador. A marqueteira afirma que a estratégia foi adotada depois da constatação de que o eleitorado entendia que Requião "estaria tentando acabar" com o pedágio. "A partir disso, as mentiras foram se elencando. Ataque e armação combinam muito mais com o adversário do que com o Osmar, mas campanha é campanha, ninguém vai ficar só cantando", disse a coordenadora.

Já no segundo turno, afirma Cila, uma das cartadas foi ressuscitar polêmica da febre aftosa no estado e mostrar os pontos críticos da personalidade de Requião, além de insistir no aumento da intimidade de Osmar com o eleitorado. "Precisamos investir muito em perfil, porque um Senado fica muito longe, enquanto Roberto Requião é conhecidíssimo. Já a questão da febre aftosa não tinha apelo emocional, mas revisava um assunto que poderia dar muito pano para manga", disse a marqueteira. (TB)