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Dilma: explicações ao TCU. | STRINGER/BRAZIL/REUTERS
Dilma: explicações ao TCU.| Foto: STRINGER/BRAZIL/REUTERS

Publicamente e para evitar um confronto com o Tribunal de Contas da União (TCU), o governo federal adotou a estratégia de dizer que se beneficia com o prazo de 30 dias para explicar as irregularidades nas contas de 2014. Internamente, porém, o discurso é bem diferente. A decisão do TCU desagradou ao Palácio do Planalto, que esperava ter convencido os ministros a aprovarem as contas da presidente Dilma Rousseff com ressalvas.

A avaliação do governo é a de que só seria pior do que o adiamento com o pedido de explicações à presidente a rejeição das contas na sessão de quarta-feira (17). A rejeição, disse um ministro palaciano, ainda pode acontecer, e pedir que Dilma se explique foi uma forma de politizar uma decisão técnica, o que é muito ruim para o governo. Em conversas reservadas, auxiliares do governo cobravam na quarta critério do TCU em suas decisões, já que há anos as “pedaladas fiscais” acontecem e o tribunal nunca as considerou um problema.

“Esperava-se um grande puxão de orelhas e o real compromisso do governo em não fazer isso novamente. No entanto, o TCU agiu como um pai que vê o filho fazendo coisa errada há anos e fecha os olhos mas, de uma hora para a outra, decide dar uma punição exemplar”, comparou uma fonte do governo.

A politização das contas vai além do pedido de explicações a Dilma. No Palácio, a opinião é a que o relator do processo no TCU, Augusto Nardes, deslocou o eixo do poder para si, num momento em que o governo está fragilizado e outros dois atores, os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), atuam com protagonismo e independentes do Executivo no Congresso.

Prazo

O prazo de 30 dias foi estipulado, segundo um ministro do TCU, como uma estratégia jurídica, e não por um acerto político para dar uma folga para a presidente. Sem este prazo, se houver a rejeição das contas, o governo irá ao Supremo Tribunal Federal pedir a suspensão do julgamento por não ter tido direito de defesa.

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