A oposição abriu fogo contra as declarações da presidente Dilma Rousseff de que o ex-presidente Lula "não vai voltar porque ele nunca saiu". Para o presidente do PPS, Roberto Freire, a presidente não pecou pela incoerência, "apenas reconhece sua nulidade". "O pior de tudo é se ver diante de uma presidente que se autodefine como marionete", disse.
Em sua página do Facebook, o senador mineiro Aécio Neves, presidente do PSDB e pré-candidato às eleições em 2014, afirmou que o governo de Dilma "chegou ao seu final de forma extremamente prematura". "O sentimento que fica ao final da entrevista é o de um governo incapaz de novas iniciativas, refém das circunstâncias que o cercam", disse.
As declarações da presidente sobre Lula foram publicadas em reportagem no jornal Folha de S.Paulo no último domingo. Em resposta ao ressurgimento do movimento "Volta Lula 2014", ela afirmou que é "indissociável" do ex-presidente. "Então esse tipo de coisa, entre nós, não gruda, não cola. Agora, falar volta Lula e tal... Eu acho que o Lula não vai voltar porque ele não foi. Ele não saiu. Ele disse outro dia: Vou morrer fazendo política. Podem fazer o que quiser. Vou estar velhinho e fazendo política", afirmou.
Para o presidente do DEM, José Agripino Maia, o recado da presidente foi "claríssimo": "Os erros que estão levando às manifestações nas ruas não são só dela, são dos dois governos do PT".
"Ao insistir em comparar o seu governo com a gestão do ex-presidente, a presidente Dilma zomba da inteligência dos brasileiros, ao tratar apenas de números absolutos, ignorando as gigantescas diferenças entre as conjunturas das duas épocas", disse Aécio Neves.
Na base governista da Câmara dos Deputados, as afirmações da presidente tiveram boa acolhida. Para o vice-presidente da Casa, André Vargas (PT-PR), aqueles que falam em "volta Lula" "não compreendem o PT, Lula e Dilma". "Desde o começo o PT sempre estimulou o trabalho de forma unitária. Se tiver alguma área do governo que não estiver bem avaliada, não será a volta do Lula que vai resolver."
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) reforçou: "Creio que hoje o tema central é "Força, Dilma". Esse é o tema que nós, o PT, os partidos da base aliada, temos que reforçar para enfrentar esse momento e dar uma volta por cima".
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