A oposição reagiu negativamente à indicação de Eugênio Aragão para o Ministério da Justiça e criticou a escolha de um procurador, que está no Ministério Público Federal (MPF) e acompanha, ao lado do procurador-geral Rodrigo Janot, a Operação Lava Jato. Segundo oposicionistas, é no mínimo uma “operação política arriscada” e uma sinalização ruim para a sociedade. Os tucanos acrescentam ainda a preocupação com o parecer dado por Eugênio Aragão favorável à presidente Dilma Rousseff em ação movida pelo PSDB contra ela no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Ele interferiu favoravelmente à presidente Dilma no processo que o PSDB está movendo contra ela no TSE, o que por si só revela mais do que simpatia. Traz preocupação porque revela uma tendência partidária”, afirmou o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA).
O líder do DEM, Pauderney Avelino (AM) classifica como uma operação arriscada Dilma tirar um subprocurador que atua ao lado de Janot e tem ciência das operações em andamento. “É no mínimo delicado. Ele não está sujeito à mesma regra constitucional do outro ministro indicado [que impede procuradores que entraram no Ministério Público após 1988 de ocuparem cargos no Executivo]. É extremamente delicado”, disse Pauderney. “Uma operação política arriscada a presidente tirar um sub-procurador, que está ao lado do procurador-geral Janot, que tem ciência das operações que estão acontecendo. Todos os políticos com foro privilegiado são levados para a Procuradoria-Geral da República. São informações que ele levará para dentro do governo, isso, ao meu ver, é muito arriscado, delicado e perigoso.”
Para o líder do PPS, Rubens Bueno (PR), a escolha sinaliza para a sociedade que Dilma quer controlar o Ministério Público. O líder também critica o fato de o procurador aceitar o chamado do governo: “Eu não vejo como uma boa nomeação tirar um membro do Ministério Público e colocar outro. É ruim para as instituições republicanas e democráticas. A presidente sinaliza que quer o controle do MP para controlar a Polícia Federal e a Operação Lava Jato que está chegando na presidente Dilma”, disse Bueno. “Fico pasmo de um procurador aceitar um cargo no Executivo, quando a presidente Dilma e o governo estão sendo denunciados pelo MP, investigados pela PF, causa certa perplexidade de aceitar um cargo como de um governo que está no final.”
Defesa governista
Para o vice-líder do PT, Paulo Pimenta (RS), no entanto, Eugênio Aragão tem autoridade política e jurídica e bom diálogo com o Judiciário e criticou as suspeições sobre ele lançadas pela oposição. “É um nome que tem autoridade política e jurídica, firmeza nas suas convicções, diálogo com as instâncias do Poder Judiciário e todas as condições para ser o ministro precisa nesse momento. É uma suspeição de caráter inaceitável em relação ao novo ministro, que é respeitado, que tem um conduta ética e jamais se prestaria para um papel desses”, disse Pimenta. “É um ótima escolha, é uma pessoa extremamente qualificada. A oposição, se quiser nomear ministro, que ganhe as eleições”, acrescentou a deputada Margarida Salomão (PT-MG).
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