A possibilidade do PMDB de antecipar de junho para abril a convenção nacional que escolherá o caminho da legenda nas eleições presidenciais deste ano, uma ameaça velada para expor publicamente o risco de desembarque do partido do governo, surtiu pouco efeito. No Planalto, interlocutores de Dilma classificaram a ameaça como "blefe". Em dezembro, proposta semelhante já fora ventilada pelo partido.
O PMDB tem cinco ministérios (Minas e Energia; Previdência; Turismo; Agricultura e Secretaria de Aviação Civil) e quer ganhar a pasta de Integração Nacional.
Mas, em conversa preliminar na noite de segunda-feira com o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), Dilma sinalizou ter outras prioridades. A presidente disse que precisa contemplar outros aliados, como PTB, Pros e PSD, e assim evitar que eles migrem para a oposição.
Também avaliou que o PSD, de Gilberto Kassab, está sub-representado e disse que tende a manter o PP no Ministérios das Cidades, pois não quer ver o aliado gravitando na órbita de algum dos dois principais adversários nas eleições deste ano.
O objetivo da presidente na reforma é não perder o apoio de legendas hoje na base do governo. Quanto mais partidos na chapa de um candidato, mais tempo de TV ele terá na campanha.
Dilma deu, ontem, seguimento às negociações sobre a reforma. À tarde, ela recebeu o presidente nacional do PT, Rui Falcão.
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