Brasília (Folhapress) O presidente da multinacional GTech do Brasil, Fernando A. C. Cardoso, disse ontem que a Caixa Econômica Federal chegou a perder o controle da negociação de um contrato de R$ 650 milhões, em abril de 2003, por interferência do advogado Rogério Tadeu Buratti, ex-secretário de Governo em Ribeirão Preto (SP) quando o ministro Antônio Palocci (Fazenda) foi prefeito da cidade.
Segundo Cardoso, por conta dessa interferência no governo, feita à revelia da diretoria da Caixa Econômica, a assinatura do contrato foi adiada no dia 1.º de abril de 2003, ocorrendo apenas sete dias depois.
No dia do adiamento, segundo a GTech, Buratti pediu propina de R$ 6 milhões para permitir a renovação do contrato e, como não foi atendido, agiu para suspender a assinatura. Cardoso não disse a quem no governo Buratti recorreu para interferir.
A versão de Cardoso é nova porque até então o ex-diretor de Marketing da GTech, Marcelo Rovai, responsável na época pela negociação do contrato, levantava apenas suposição de interferência de Buratti sem afirmar que a Caixa havia perdido momentaneamente o controle do negócio. O contrato de R$ 650 milhões foi renovado, no início do governo Lula, para que a GTech mantivesse por mais 25 meses a operação de loterias da Caixa Econômica.
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