O promotor público que participou da negociação com André Luís Ribeiro da Silva durante o episódio com o ônibus 499, na sexta-feira, defende a tese de que o caso não pode ser enquadrado como de seqüestro. Foram mais de dez horas de agonia mas, segundo Carlos Guilherme Santos Machado, o que houve foi apenas constrangimento ilegal, já que os passageiros podiam sair quando quisessem do coletivo. O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Hudson Aguiar, tem outra explicação:
- É uma situação técnica. O promotor nos ajudou muito durante as negociações. Ele garantiu ao seqüestrador que daria todo o apoio se ele não prosperasse com aquela maneira de agir - disse Hudson em entrevista à Rádio CBN neste sábado.
Para a Polícia Civil, porém, o caso não deve ser tratado desta forma.
- A Polícia Civil está vendo pelo lado da legislação penal porque ele (André Luís) trouxe um transtorno enorme não só para o estado, mas para o Brasil - explicou o coronel.
A forma de como o caso será tratado ainda não está definida.
- Tenho certeza de que haverá um consenso de como será aplicada a lei, com base que o promotor prometeu naquele momento para convencer o seqüestrador a se entregar. Ele deve estar querendo cumprir o que prometeu - acredita Hudson.
Simulação de resgate
Enquanto o país observava atentamente aos movimentos de André Ribeiro da Silva que seqüestrou o ônibus da linha 499, 15 agentes do Batalhão de Operações Especias da Polícia (Bope) faziam uma simulação de operação de resgate num ônibus idêntico ao ocupado pelo seqüestrador.
Gilmar Tramontini, oficial de operações do Bope, também acrescentou que André será processado não só porte ilegal de arma como também por disparo de arma de fogo.
"Houve realmente um disparo. Segundo informações dos nossos negociadores, a população que passava pelo local proferia palavras de baixo calão para o tomador de refém. Em um desses momentos, ele efetuou um disparo", conta.
Leia mais no G1 sobre como foi a simulação.
Esta não foi a primeira vez que André Ribeiro tenta seqüestrar a ex-mulher. No início do ano, o camelô manteve Cristina Ribeiro presa durante uma semana em Santos, litoral paulista.
Em setembro, a situação se repetiu quando André pegou a técnica em radiologia no trabalho, no Centro de Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, e a trancou durante quatro dias em um motel.
Com amigosDepois de ficar 10 horas com uma arma apontada para sua cabeça, Cristina passou a noite na casa de amigos.
Segundo parentes, ela está traumatizada, chorando muito, e fala pouco por conta de pequenas fraturas na face e na mandíbula.
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