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Presidente Dilma Rousseff trabalha para recompor base e evitar o impeachment. | Evaristo SÁ/AFP
Presidente Dilma Rousseff trabalha para recompor base e evitar o impeachment.| Foto: Evaristo SÁ/AFP

As negociações em torno do novo ministério de Dilma Rousseff (PT) podem envolver 45% do orçamento de todas as pastas do governo federal.

O Planalto pretende ofertar cargos de primeira linha para legendas até agora secundárias em troca de votos contra o impeachment da presidente. Ao todo, eles somam R$ 96 bilhões – o orçamento total é de R$ 212 bilhões.

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Estariam na conta ao menos sete ministérios, até então pertencentes ao PMDB, que deixou o governo na terça-feira (29). O único peemedebista que abandonou o cargo após a decisão da legenda em romper com o governo foi Henrique Alves, do Turismo. Os outros seis ministros do partido desejam permanecer em suas respectivas pastas.

Apesar disso, Dilma pretende repassar pelo menos três cadeiras a outras legendas, que garantam apoio incondicional à presidente. Estariam garantidos Kátia Abreu (Agricultura), Hélder Barbalho (Portos) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia). Seriam demitidos Marcelo Castro (Saúde); Mauro Lopes (Aviação Civil) e Minas e Energia (Eduardo Braga).

Os principais beneficiados com a entrega dos cargos seriam PR e PP – este último tão envolvido no escândalo da Lava Jato quanto PT e PMDB . Interlocutores do Planalto afirmam que o paranaense Ricardo Barros (PP) deve assumir a pasta da Saúde. O partido já controla o Ministério da Integração Nacional, que deve trocar de comando, com a saída de Gilberto Occhi e a entrada de Cacá Leão. Occhi deve ser nomeado presidente da Caixa Econômica Federal, atualmente dirigida pelo PT.

O anúncio das trocas envolvendo o PP, no entanto, não deve ocorrer imediatamente. O Planalto espera fechar as negociações com o PR e o PSD. O governo ofereceu ao PR, que hoje comanda os Transportes, o Ministério de Minas e Energia. O partido também negocia uma possível filiação de Kátia Abreu. A ministra é próxima da presidente Dilma e já fez menção a se afastar do PMDB para não deixar o governo.

Nanicos

Também aumentariam a cota ministerial o PSD e o PTN, além de legendas nanicas como PHS, PEN e PTdoB, que podem ser agraciadas com pastas, verbas e cargos. O Pros, que detinha o ministério do Esporte – com quase R$ 1 bilhão – deixou a pasta dando lugar a Ricardo Leyser, filiado ao PCdoB, mas também pode voltar a ocupar o primeiro escalão do governo.

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O Planalto não exclui a possibilidade de incluir na conta do balcão de negócios ministérios administrados pelo próprio PT: Comunicação Social, Cultura, Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento Social, Educação, Cidadania, Trabalho e Previdência, Relações Institucionais e Secretaria de Governo. Juntos, eles somam cerca de R$ 66,2 bilhões do orçamento.

Loteamento

A presidente Dilma Rousseff, que desde o primeiro mandato teve dificuldades nas negociações com o Congresso, iniciou o segundo mandato com o maior “loteamento” do ministério na história recente. Em 2015, 11 siglas estavam representadas na Esplanada, superior ao número registrado nos mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (10) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Mas esta é a primeira vez em que o PMDB, o maior partido brasileiro, rompe com o governante da vez. Isso abre as portas para a entrada dos partidos nanicos.

A matemática de Dilma leva em conta que PP, PR, PSD e PTN têm, juntos, 135 deputados na Câmara dos Deputados, o dobro da bancada do PMDB. Mesmo com a distribuição de cargos, os partidos podem ficar divididos na votação do impeachment – a presidente precisa de 171 votos. Caso do PR que, segundo fontes, tem 9 indecisos, 20 contrários e 20 favoráveis a saída de Dilma. Por causa desses cálculos, nanicos também podem ser agraciados na reforma.

O número de deputados das siglas que podem ganhar mais espaço no ministério são os seguintes: PP - 49; PR - 40; PSD - 33; PTN - 13; Pros - 5; PHS - 7; PEN - 2; PTdoB - 3.

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