Roberto Requião: reclamando do PMDB.| Foto: Geraldo Magela/AE

A liberação dos US$ 650 milhões negociados pelo governo do Paraná com o Bird e o BID precisará do aval da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e, depois, do Senado. A princípio, nenhum dos três senadores paranaenses garantiu que votará a favor da demanda. Roberto Requião (PMDB) adiantou que não vai apoiar contratos que se destinem a vários projetos, como o do Banco Mundial.

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"É um verdadeiro absurdo essa tentativa de endividamento do Paraná, mas vamos analisar. Se o empréstimo tiver um destino conhecido, claro, como por exemplo, a saúde pública, terá nosso apoio. Agora, empréstimos guarda-chuva, que podem se destinar ao que o governador quiser, em qualquer momento, eu não vou apoiar", disse Re­­quião.

Para Alvaro Dias (PSDB), é preciso ter cautela e se preocupar com a relação custo-benefício dos acordos. "Não é certo emprestar por emprestar. Precisamos analisar bem as taxas de juros, prazos, carências e, principalmente, qual é o retorno que a população terá com esse investimento", declarou o tucano.

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Para Sérgio Souza (PMDB), o endividamento normalmente não é a melhor opção para as contas do estado, mas é preciso saber o detalhamento da proposta. "Voto a favor daquilo que seja bom para o Paraná." Afilhado político do ex-governador Orlando Pessuti (PMDB) e suplente da atual ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), Souza tem pouca afinidade com Beto Richa – o mesmo acontece com Alvaro e Requião.

Durante a tramitação na Casa, as propostas vão precisar passar primeiro pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), antes de ser votadas em plenário. Entre os paranaenses, apenas Requião está entre os 27 titulares da CAE (Alvaro é suplente).

O cenário pode repetir a novela que envolveu o último empréstimo internacional feito pelo estado. Em 1997, Requião emperrou um empréstimo internacional de R$ 456 milhões solicitado pelo então governador Jaime Lerner para investimentos em educação, saneamento (Paraná­San) e agricultura (Paraná 12 meses). A proposta demorou 536 dias para ser aprovada.

"Já vi esse filme antes", disse o secretário de Planejamento, Cassio Taniguchi, ao ser questionado pelo fato de Requião ser o único paranaense titular da CAE. Requião citou o secretário para justificar sua postura. "Peguei o estado quebrado nas mãos desses Taniguchis da vida. Eu, aqui no Senado, não vou permitir que o próximo governo tenha que administrar o caos que eu tive de administrar." (AG)

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