"Eles são discípulos do Lula, seguidores do Lula, tanto que as centrais foram beneficiadas com recursos do imposto sindical. São assalariadas do governo", reagiu o deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP) ao posicionamento dos presidentes da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, e da Central única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, que ontem partiram para o ataque contra o pré-candidato tucano José Serra. De acordo com Madeira, é "lamentável" que, por sua relação simbiótica com o PT, os sindicalistas tenham "perdido a capacidade de isenção".

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"Eles não sabem separar a política das entidades representativas de segmentos do trabalho. Acho lamentável que eles tenham perdido a capacidade de isenção, de separar a política das entidades representativas de segmentos do trabalho", disse. O deputado atribui aos dirigentes sindicais uma "desonestidade intelectual" pelos ataques diretos à campanha tucana, especialmente por afirmar que Serra "tiraria os direitos do trabalhador".

Evento

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Paulinho da Força e Artur Henrique partiram para o ataque contra o pré-candidato tucano José Serra e devem repetir a dose no principal evento do sindicalismo brasileiro deste ano, marcado para terça-feira (1º) em São Paulo. São esperadas 30 mil pessoas no Estádio do Pacaembu para a assembleia da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat).

O encontro, reedição da reunião de 1981 que marcou a união do sindicalismo no país pela redemocratização, vai reunir cinco centrais - Força, CUT, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e Nova Central. Dessa vez, porém, a união é pela continuidade do governo Luiz Inácio Lula da Silva elegendo a petista Dilma Rousseff.

O "aquecimento" para a Conclat aconteceu ontem na assembleia da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), composta por CUT, União Nacional dos Estudantes (UNE), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e outras 25 entidades ligadas ao movimento negro, LGBT (gays, lésbicas, bissexuais, travestis e trangêneros), entre outros.

Paulinho chegou a ser vaiado quando subiu no palco da quadra do Sindicato dos Bancários, no centro da capital paulista. A Força Sindical, entidade que preside, não faz parte da CMS. Mesmo assim, o deputado empunhou o microfone e assumiu a artilharia contra Serra, indiferente à Lei Eleitoral e às punições por campanha antecipada.

Ataques

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No bombardeio sobre a candidatura tucana, Paulinho - que tratou o pré-candidato a todo momento como "sujeito" - disse que Serra, se eleito, "vai tirar os direitos do trabalhador". "Vai mexer no Fundo de Garantia, nas férias, na licença-maternidade. Por isso, temos de enfrentá-lo na rua para ganhar dele aqui em São Paulo", afirmou.

"Se a gente não falar fica aí esse sujeito tentando ganhar a eleição. Eu estou falando, e vou falar o nome. Nós não podemos deixar esse José Serra ganhar as eleições. Nós estamos falando e não tem jeito. Eles podem processar e nós vamos falar", atacou o deputado pedetista, para uma plateia de 2 mil militantes.

Paulinho já foi processado quatro vezes por campanha antecipada e foi punido em duas, com multa total de R$ 15 mil. "Por quê? Porque estamos falando a verdade", justificou. Na saída do evento, perguntado sobre a possibilidade de uma nova multa, admitiu: "É, tomei mais uma hoje." Em relação ao Conclat, contemporizou. "Amanhã (hoje) vamos baixar o tom." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo .

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