A cúpula nacional do PSDB afirmou na quinta-feira (30) que faltou “habilidade política” ao governador do Paraná, Beto Richa, na reação ao confronto que deixou cerca de 180 feridos em Curitiba. O diagnóstico é de que houve exageros por parte da Polícia Militar ao tentar conter os professores durante a manifestação em frente à Assembleia Legislativa do Paraná.
A avaliação, feita nos bastidores, é de que o episódio agrava a crise administrativa enfrentada pelo tucano desde o início do ano e pode ter impactos em suas pretensões políticas. Na opinião deles, no entanto, há o consolo de que o governador está em seu primeiro ano do segundo mandato e ainda tem tempo para reverter a situação.
PARANÁ: 1988, o ano que nunca terminou
Ainda que defenda publicamente o governador, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) afirmou que as imagens do confronto são “impressionantes”. “Se houve exageros, como aparentemente houve, devem ser investigados. É importante, contudo, lembrar que os manifestantes não estavam levando rosas à Assembleia Legislativa”, avaliou.
O líder do PSDB no Senado Federal, Cássio Cunha Lima (PB), considerou que uma ação policial não pode ser considerada exitosa se houve um saldo de pessoas feridas. “É importante que sirva como lição para que episódios assim não se repitam”, disse.
O senador tucano Alvaro Dias, que já foi governador do Paraná, reconhece que houve exageros tanto de manifestantes como de policiais. Questionado sobre a atuação da Polícia Militar em 1988, quando policiais também atacaram manifestantes com bombas, o tucano afirma que a situação atual “não tem comparação”. “Hoje, é muito mais grave. A reação da Polícia Militar foi desproporcional”, disse.
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