A Parada acontece neste sábado em São Paulo e vai reunir 2 milhões de pessoas na avenida Paulista. A concentração está marcada para o meio-dia e às 14h começa o desfile de 22 trios elétricos. Este ano, o evento teve polêmica entre os organizadores e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que quer cobrar uma taxa de R4 79 mil para controlar o trânsito durante o evento. Os organizadores dizem que não têm caixa para pagar a CET.
Por isso, a cobrança deve ser decidida na Justiça. Advogados contratados pelos organizadores do evento estão preparando um recurso contra a CET e devem entrar com um pedido de suspensão da cobrança assim que os avisos de multa chegarem. O órgão informou que vai fazer seu trabalho mesmo sem o pagamento.
A CET alega que há exposição de marcas e venda de produtos na Parada, o que caracteriza o evento como comercial. Na quinta-feira, a CET, mesmo sem receber nada, já monitorou o trânsito no Largo do Arouche onde ocorreu uma feira da comunidade gay em São Paulo.
Nelson Matias Pereira, presidente da Parada, disse que não há como cancelar o evento. Gays, lésbicas, bissexuais e transexuais vão se reunir em frente ao Masp e depois sairão em passeata até a Praça Roosevelt, no centro velho da cidade. Muitos hotéis da cidade estão com a lotação esgotada a mais de um mês.
- Não se pode ser leviano e cancelar um evento deste porte. A cidade já está cheia de turistas. É preciso bom senso. Não vamos aceitar isso - afirmou o presidente da Parada.
Segundo ele, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) pagou uma taxa pequena para realizar o 1º de Maio. Da Marcha para Jesus, que ocorreu nesta quinta-feira na Paulista e reuniu 3 milhões de pessoas, nem foi cobrado nada. Segundo a CET, na Marcha Para Jesus não há exposição de marcas.
Pereira comentou que um evento como a Parada, que um grande número de pessoas, precisa ter o apoio da CET para monitorar o trânsito e facilitar a logística de transporte e de segurança.
- Queremos uma explicação porque somente alguns pagam - disse Pereira.
As reuniões entre os organizadores da Parada e a CET começaram há pelo menos dois meses, mas, de acordo com Pereira, a CET nunca mencionou a necessidade de pagamento de qualquer taxa. O presidente da Parada disse que se tivesse que pagar alguma coisa, exigiria uma nota fiscal com a prestação de contas do serviço.
A comunidade gay pediu ajuda à SPTuris, a vereadores e deputados para que convençam o presidente da CET, Roberto Scaringela, a isentar o evento. Scaringela argumentou que, por lei, não pode deixar de fazer a corbrança da taxa.
Pereira disse que durante a Prada só há exposição dos nomes de casas noturnas nos trios elétricos, que apóiam o evento. Ele afirmou que a Prefeitura deveria investir R$ 260 mil no evento. Mas pelo levantamento dos organizadores os gastos municipais, até agora, totalizam cerca de R$ 150 mil.
- 0 evento se paga pelo retorno que ele dá à cidade. O tom é lúdico, não cobramos ingressos. É diferente de cobrar para organizar trânsito em shows internacionais e de clube de futebol, por exemplo, que têm arrecadação - disse ele.
Pereira afirmou que os organizadores da Parada Gay pagariam o valor cobrado pela CET se tivessem dinheiro, mas estão sem um tostão no bolso. Segundo ele, o total beira R$ 90 mil, pois além da taxa há adicionais cobrados pela CET em cima do preço do serviço.
Este ano, o verde e o amarelo devem ganhar destaque no arco-íris. Por causa do jogo, o desfile foi antecipado do domingo para o sábado. É a primeira vez que isso acontece desde 1997. Alguns organizadores acreditam que a mudança poderá reduzir o número de participantes, já que muitos trabalham no sábado. Mesmo assim, 2 milhões de participantes são esperados.
Além da CET, a Prefeitura também impôs regras rígidas para o evento, que é o maior do mundo. A Avenida Paulista deve ser desocupada até às 20h. Os organizadores deverão ainda se responsabilizar pela limpeza da área e zela pelos acessos às estações de metrô. A Prefeitura promete multar em R$ 30 mil a organização caso essas exigências não sejam cumpridas.
Este ano, será a última vez que o evento acontece na Paulista. Uma negociação entre a Prefeitura e o Ministério Público levou os organizadores a assinarem o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) concordando com a transferência. Esta é outra polêmica: os organizadores dizem que vão lutar para que o evento continue sendo realizado na avenida, porque o local ' tem identificação com o público gay'. Uma sugestão apresentada ano passado, seria levar a Parada para a avenida 23 de Maio, o que foi descartado pela organização.
O tema da Parada este ano é 'Homofobia é crime' (a homofibia é o preconceito motivado por orientação sexual). Os organizadores querem discutir a violência contra os gays, já que no Brasil o número de homossexuais assassinados ainda é alto. Há um projeto tramitando na Câmara dos Deputados de autoria da deputada federal Iara Bernardi (PT-SP) que criminaliza a homofobia. O projeto está na pauta desde abril, mas não há data para que seja votado.
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