São Paulo e Rio (AE e Folhapress) A greve dos delegados da Polícia Federal atingiu cinco estados brasileiros: São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Alagoas e Espírito Santo. Segundo o presidente da Federação Nacional dos Delegados da PF, Armando Rodrigues Coelho Netto, mentor intelectual da paralisação, a adesão foi maior do que se esperava.
No Espírito Santo, segundo Coelho Netto, os delegados grevistas promoveram coleta de alimentos "para o pessoal da limpeza dos prédios da PF, que não recebem pagamento há dois meses". Coelho Netto disse que a greve de um dia marca "a insatisfação contra um governo que usa a PF politicamente, para se promover, mas não cuida das condições de trabalho de seus funcionários".
O ato recebeu o nome de Movimento pela Valorização da Polícia Federal. Nos levantamentos do delegado Coelho Netto, há hoje no país 50 mil inquéritos da PF que foram iniciados com pompa e circunstância, com festa na mídia, mas que se encontram num andamento investigatório pífio. "Queremos a garantia de que esses inquéritos chegarão ao fim", diz o delegado. Perguntado se a paralisação de ontem configura um tiro de aviso para uma greve geral, o delegado foi taxativo. "Sim, é um grande aviso ao governo".
Para Francisco Carlos Garisto, presidente da Fenapef, a Federação Nacional dos Policiais Federais (que promoveu greve na PF por 50 dias, ano passado), "a greve dos delegados mostra que eles estão atrasados, mas são modernos em se juntarem em demandas que a categoria vem fazendo há anos pela melhoria na PF".
Uma operação-padrão feita ontem por policiais federais da Superintendência Regional do Rio teve como principal consequência a interrupção do serviço de emissão de passaportes na parte da tarde. Pela manhã, o setor já havia funcionado com apenas 30% do efetivo.
No Aeroporto Santos Dumont, no centro da cidade, a operação- padrão resultou em enormes filas nos setores de embarque e desembarque de passageiros.
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