A paralisação de 72 horas dos policiais federais, que começou na terça-feira, pode atingir o andamento de investigações pelo país. Pelo menos 12 mil policiais aderiram ao movimento como forma de pressionar o governo a fazer uma nova proposta salarial. Nesta quinta, uma nova reunião entre o sindicato e o ministério do Planejamento foi agendada e caso não haja acordo, a PF pode entrar em greve por tempo indeterminado.

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De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sindipol-DF), Luís Cláudio Avelar, quase todas as ações da Polícia Federal (PF) estão paralisadas nesta quarta-feira, com exceção da entrega de passaportes em Brasília. Apenas parte dos profissionais que trabalha nas grandes ações da PF, como a Operação Navalha , deve manter as atividades.

- Não há como fazer análise dos documentos e cruzamento te informações com um número reduzido de policiais. Só se mantêm as atividades essenciais, para que as portas não sejam fechadas. A perícia está prejudicada e as investigações com um todo. O que ficou mantido foi a escolta e oitiva de presos e a segurança. Segundo ele, todas as investigações estão sendo feitas com o efetivo reduzido.

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O presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Federal de São Paulo, Amaury Portugal, disse que a categoria pode entrar com uma ação contra o governo caso ele não cumpra o acordo de reajuste salarial , assinado no ano passado.

Os policiais querem o pagamento de uma parcela de recomposição salarial de 30%. Em 2006, o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, assinou um temo de compromisso que garantia o pagamento até dezembro daquele ano. Na semana passada, a categoria não aceitou a proposta do governo de pagar a recomposição salarial até 2009.

- Um acordo firmado em 2006 de uma dívida que vinha de dez anos sem reajustes, o governo quer pagar em 2009. Quando a gente recebesse essa segunda parcela já haveria novas perdas salariais e defasagem - contou Luiz Claudio Avelar.

Nesta quinta-feira, a categoria vai se reunir novamente como secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, para negociar uma nova proposta. Esta é a quinta paralisação os servidores desde o ano passado.

Paralisação afetou embarques e causou filas em aeroportos

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Agentes da Polícia Federal no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, iniciaram às 11h de terça-feira a operação padrão. A fila para embarque chegou a três horas. Em Congonhas, na zona sul de São Paulo, a operação padrão começou à tarde. O serviço mais afetado greve foi a emissão de passaportes. Mesmo com chuva, muita gente amanheceu acampada na frente da sede da PF de São Paulo para tentar conseguir uma senha. Quando o representantes do sindicato dos trabalhadores avisou que apenas 100 pessoas seriam atendidas, houve reação.

No Rio de Janeiro, a operação padrão não causou atrasos no setor de embarque internacional do Aeroporto Tom Jobim , mas a suspensão da emissão de passaportes provocou fila nos postos. A fila começou a se formar de madrugada e chegou a ter cem metros de comprimento. Pouco antes das 9h, policiais afixaram na parede uma faixa anunciando a greve e informando que só haveria entrega de passaportes. Apesar do aviso, as pessoas permaneciam na fila no fim da manhã, na esperança de serem atendidas.

No Ceará, cerca de 300 agentes federais de Fortaleza e das delegacias da PF de Juazeiro do Norte e Sobral estão parados. Emissão de passaportes, operações policiais e inquéritos estão temporariamente suspensos. A sede da Polícia Federal em Belo Horizonte está fechada para o atendimento ao público, com apenas 30% do efetivo cumprindo a escala mínima legal.