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Os agentes penitenciários entraram divididos na greve, iniciada neste terça-feira no estado de São Paulo. A categoria está distribuída em três regiões. Apenas o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado de São Paulo (Sindasp), com sede em Presidente Prudente, no interior, iniciou paralisação nesta terça-feira.

Os agentes filiados ao Sindicato dos Trabalhadores do Complexo Penitenciário do Centro-Oeste Paulista (Sindicop), sediado em Bauru, também no interior, e do Sindicato Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp), o mais representativo na capital, vão paralisar as atividades somente na quinta-feira.

- Essa divisão prejudica, e muito, a categoria, mas não podemos antecipar a nossa greve, decidida em assembléia geral na semana passada. Na hora de negociar fica tudo mais difícil. O governo oferece uma coisa para a gente e outra para eles e depois não cumpre com nenhum dos acordos - disse Antônio Ferreira, secretário-geral do Sifuspesp.

Em meio à crise na segurança pública, a categoria reivindica melhorias das condições de trabalho, contratação de mais trabalhadores, reajuste salarial e adicional. Ferreira disse que os agentes penitenciários, que são sempre feitos reféns dos presos durante as rebeliões, não tiveram aumento salarial nos últimos 5 anos. A maioria recebe um salário de R$ 1.200 por mês, de acordo com o secretário-geral do sindicato em São Paulo.

O estado tem 144 penitenciárias. São 22 mil agentes de segurança, 3.300 agentes de vigilância, escolta e muralha e 5 mil apoios (funcionários da administração, psicólogos, assistentes sociais e motoristas). Na cidade de São Paulo estão parados os funcionários de duas penitenciárias do Belém, na zona leste, e uma de Pinheiros, na zona oeste. Em cada uma trabalham 120 funcionários. As três cadeias abrigam cerca de 3 mil presos, segundo Ferreira.

- Os agentes vivem uma situação complicada. A situação é tão grave em Suzano e em Mogi das Cruzes que os trabalhadores não entram para trabalhar desde o início das rebeliões, na semana passada. Eles entregam a refeição dos detentos pela muralha. Ninguém entra nos presídios e a segurança é feita de cima da muralha - disse o secretário-geral do sindicato.

Os agentes das outras unidades prometem manter 30% do serviço durante a greve. Segundo o presidente do sindicato de Presidente Prudente, Cícero dos Santos, que falou à rádio CBN, haverá atendimento médico de urgência, distribuição de alimentação e cumprimento de mandados de segurança. Os trabalhadores que cruzaram os braços nesta terça-feira suspenderam nos presídios os serviços de recreação, banhos de sol e acompanhamento de detentos aos fóruns. Segundo ele, em alguns presídios, parentes de presos também não puderam entregar roupas, alimentos e remédios.

Santos afirmou que os agentes querem melhores condições de trabalho, contratação de mais pessoas para as penitenciárias e a substituição do secretário de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa. Ferreira disse que há um déficit de 31 mil trabalhadores no sistema penitenciário. O sindicato reivindica a contração imediata de pelo menos 10 mil pessoas.

Na semana passada, o governo encaminhou à Assembléia Legislativa projeto de lei que institui o adicional operacional penitenciário.

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