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No último ano, pelo menos 130 mil pessoas morreram de câncer no Brasil. O país gasta mais de R$ 1,2 bilhão com o tratamento da doença. Despesa que deverá aumentar com o envelhecimento da população. Os novos números do câncer no Brasil foram divulgados nesta segunda-feira (26) durante um congresso com médicos de vários países realizado no Rio. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2008 e 2009 deverão surgir 470 mil novos casos por ano no Brasil. O Paraná está entre os estados com o maior número absoluto de casos de câncer previstos para 2008. O estado, ainda segundo o estudo, deverá apresentar 33.090 (o que representa 7% do total no país) novos casos de câncer - sendo 17.180 em homens e 15.910 em mulheres. Somente na capital serão 6.080 casos, 2.870 em homens e 3.210, em mulheres.
O crescimento da incidência do câncer está relacionado ao envelhecimento da população. O perfil do câncer no Brasil vem acompanhando o perfil observado em países desenvolvidos. As mudanças refletem o processo de urbanização e a ampliação do acesso à informação. "O câncer está presente em todas as sociedades, mas em cada uma delas a doença apresenta um perfil específico. Num país com as dimensões e diferenças que o Brasil apresenta, as especificidades se revelam também entre as regiões e entre as capitais", avalia a médica e epidemiologista Marise Rebelo, que compõe a equipe do Inca dedicada a elaborar as estimativas.
São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina serão os estados com o maior número absoluto de casos de câncer previstos para 2008. São Paulo e a capital liderarão as estimativas para todos os tipos de câncer. Entretanto, em termos de risco estimado (taxa bruta, ou seja, número de casos dividido pela população sob risco), percebe-se que os estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e Paraná apresentarão as maiores taxas para homens, enquanto que as mulheres com maior risco estarão nos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
As maiores taxas de incidência de câncer de próstata serão observadas nos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Paraná. O câncer de mama terá sua maior taxa no Rio de Janeiro, seguido pelos estados do Rio Grande do Sul e São Paulo. O câncer de pulmão em homens apresentará maior risco de incidência nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Nas mulheres a distribuição é semelhante: Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Paraná.
Em destaque, as altas taxas observadas no Rio Grande do Sul: tanto para homens quanto para mulheres, as taxas apresentadas pelo estado são quase o dobro do segundo colocado. Os tumores de cólon e reto já se colocam como o quarto mais incidente no quadro geral e as maiores taxas, tanto para homens quanto para mulheres, serão observadas no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo. Os tumores de estômago em homens são mais incidentes nos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, enquanto que nas mulheres as maiores taxas ocorrem no Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Quanto aos tumores de colo do útero, as maiores taxas serão encontradas no Rio Grande do Sul, Tocantins e Amazonas.
Os especialistas recomendam cautela no uso das estimativas para a análise de tendências temporais, já que foram feitas mudanças na metodologia e melhoria na qualidade das informações ao longo do tempo. "Apesar das limitações, as estimativas permitem descrever os padrões atuais de incidência do câncer, permitindo dimensionar a magnitude da doença no Brasil", afirma a epidemiologista Marceli Santos, coordenadora da equipe que desenvolveu as estimativas.
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