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O Paraná foi o segundo estado que mais coletou assinaturas para o projeto de lei de iniciativa popular cujo objetivo é barrar os candidatos a cargos eletivos acusados de crimes, os chamados fichas-sujas. Foram coletadas no estado 167.662 assinaturas, número menor apenas que o obtido em Minas Gerais – 226.665. Se aprovado o projeto, políticos condenados na Justiça ou mesmo aqueles que renunciaram ao mandato para não serem cassados serão considerados inelegíveis.

A campanha dos "Fichas Limpas" é liderada pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), que envolve cerca de 40 entidades, entre elas a CNBB. Segundo o assessor jurídico da CNBB no Paraná, Marino Galvão, agora o trabalho do grupo será o de conseguir a aprovação do projeto. "O Paraná está de parabéns por ter sido um dos que mais conseguiu coletar assinaturas", afirma Galvão.

De acordo com ele, desde o ano passado a CNBB passou a distribuir material informativo sobre a campanha nas cerca 1,2 mil paróquias existentes no Paraná. Embora não tenha números da participação da população no estado – isso porque as paróquias enviaram as assinaturas diretamente à sede da entidade em Brasília – ele afirma que as dioceses da capital, assim como as do norte, sudoeste e da região central do estado tiveram bastante êxito na campanha. "A CNBB funcionou como um órgão irradiador, de distribuição de material", explicou.

No pacote de 1,3 milhão de assinaturas entregue no Congresso estão 16 mil nomes de Ponta Grossa. O número representa aproximadamente 7% do eleitorado local. Entre os voluntários que participou da coleta de assinaturas para o projeto de lei está o professor universitário e porta-voz do movimento, Sérgio Gadini. "Na universidade, como o tema é conhecido, é mais fácil coletar assinaturas. Mas no calçadão, você tem de pegar um por um, explicar o que está acontecendo; é mais complicado", afirma Gadini.

Moralização

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Ponta Grossa, Henrique Henneberg, lembra que foi válida a experiência de ficar atrás de um balcão coletando assinaturas. "Desde a pessoa mais humilde até a mais instruída assinava, porque todos queriam participar desse movimento de moralização", afirma.

O professor aposentado Benjamin Bogo, um dos integrantes do Movimento pela Ética na Política (PMB), atuou em Curitiba na divulgação do projeto de lei. Satisfeito com a coleta de assinaturas, Bogo lembra, porém, da dificuldade que há em conseguir que as pessoas participem de iniciativas como essa. "A educação ainda não contribuiu como devia para formar um cidadão participativo", diz ele. "O conformismo é um pecado capital. Achamos que a melhora vem de cima, mas não. As mudanças vem do povo."

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