Veja que a economia no Paraná é cambaleante| Foto:

Se o desempenho no aspecto social foi satisfatório durante a "Era Requião", o mesmo não se pode dizer da área econômica. Entre o fim de 2003 e o primeiro semestre de 2008, a economia mundial – e brasileira – teve sua melhor fase em quase quatro décadas. "O Paraná, no entanto, tirou pouco proveito desse ciclo de crescimento", observa Gilmar Mendes Lourenço, coordenador do curso de Economia da FAE.

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O principal problema, aponta o analista, foi a falta de articulação política do governador. "Houve ausência de capacidade política para se comunicar adequadamente com o setor privado, entre eles os representantes do grande capital. Foi um governo truculento, com viés antinegociação." Posição que prejudicou bastante a atração de indústrias. "A gestão de Requião não atraiu nenhum investimento significativo nos últimos anos", diz Lourenço.

Se o "grande capital" saiu perdendo, as pequenas empresas foram bastante beneficiadas pelo governo Requião. "Há ações para fortalecer os Arranjos Produtivos Locais (APLs), que melhoraram a economia e a estrutura social dos municípios", observa o coordenador do curso de Ciências Econômicas da Unioeste em Cascavel, Ricardo Rippell.

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O resultado disso tudo é que a indústria paranaense até que se saiu bem nos últimos anos: cresceu 34,3% entre 2003 e 2008, de acordo com dados do IBGE. Já o parque industrial brasileiro elevou a produção em 25,5% no período.

Mas o Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná cresceu um pouco menos que a média nacional no período (4,1% contra 4,5%). E a geração de empregos formais também cresceu levemente abaixo da média nacional. Por trás disso estão as dificuldades enfrentadas pelo agronegócio entre 2004 e 2006. A crise reduziu o dinheiro em circulação, principalmente no interior, e a consequência foi a retração do comércio. Enquanto no Brasil o setor cresceu 40% nos últimos seis anos, no Paraná a alta foi de 31%.

O desempenho do estado poderia ter sido melhor, caso o agronegócio, principal motor da economia regional, não tivesse enfrentado tanta dificuldade entre 2004 e 2006. E a retomada nos anos de 2007 e 2008 não foi bem aproveitada no Paraná. "O corredor de escoamento da nossa produção, o Porto de Paranaguá, deveria estar em melhores condições", observa o professor Eugênio Stefanello, doutor em economia agrícola.

Apesar dessas dificuldades, o campo obteve alguns ganhos. Programas como o de redução de impostos, de irrigação a baixo custo e do Trator Solidário, que facilitou a aquisição de maquinário pelos agricultores, foram importantes para aumentar a produtividade.

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