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Reunião da bancada paranaense, em Brasília: emendas precisam ser definidas até a próxima terça-feira | Wenderson Araújo/Gazeta do Povo
Reunião da bancada paranaense, em Brasília: emendas precisam ser definidas até a próxima terça-feira| Foto: Wenderson Araújo/Gazeta do Povo

Estado tem o 5.º menor gasto com ensino técnico

Sete deputados federais paranaenses participaram ontem de uma audiência com o ministro da Educação, Fernando Haddad, para questionar o baixo montante de recursos previstos para o Instituto Federal do Paraná (IFPR) no orçamento da União de 2010. O estado será o quinto com menos repasses federais para instituições do ramo entre as 27 unidades federativas (R$ 44,3 milhões para despesas com custeio, pessoal e investimentos). Se for considerar apenas os investimentos em obras ou aquisições de equipamentos (R$ 6,7 milhões), o Paraná é o terceiro estado com menos recursos do país.

"O ministro entendeu imediatamente nossas reivindicações", disse o deputado federal Angelo Vanhoni (PT), organizador da reunião. Segundo ele, Haddad também se comprometeu a destinar mais dinheiro para a instituição em 2011. "Ele também nos disse que o ministério estava em dívida com a educação superior de três estados – Bahia, Ceará e Paraná – e que isso começaria a ser corrigido o quanto antes."

Vanhoni afirmou que a bancada se comprometeu a destinar verbas de emendas individuais para amenizar a situação do IFPR. O instituto, que tem atualmente 8 câmpus, deve dobrar o número de unidades nos próximos dois anos. O dinheiro das emendas seria aplicado na compra de terrenos para a expansão.

O representante do instituto na audiência, Pedro Pacheco, afirmou que a situação da escola precisa de atenção. "Ao mesmo tempo em que estamos entre os menos privilegiados do país, somos os que mais levantamos recursos próprios em parcerias com municípios", disse. O IFPR ministra ensino técnico profissionalizante e, desde dezembro, substituiu a antiga Escola Técnica da UFPR. A entidade tem atualmente 1,8 mil alunos dos cursos presenciais e 26 mil que aprendem a distância.

  • Veja comparativo de emendas aprovadas por estado

Brasília - Deputados federais e senadores do Paraná começaram ontem a definir as emendas de bancada para o Orçamento da União de 2010 sem garantias de que a maior parte dos recursos previstos para 2009 ainda será aplicada. Entre outubro e novembro, a dotação prevista para as emendas dos parlamentares paranaenses caiu R$ 30 milhões. Além disso, o estado permanece sendo o penúltimo em volume de dinheiro empenhado na modalidade entre os sete vizinhos das regiões Sul e Sudeste durante o ano.

Cada uma das 27 bancadas estaduais no Congresso Nacional tem o direito de indicar 20 projetos de investimento que são incorporados no orçamento anual do governo federal. A soma dos pedidos feitos pelos representantes do Paraná no ano passado, para aplicação em 2009, foi de R$ 366 milhões. A quantia, que já havia sido reduzida para R$ 196 milhões em cortes realizados até outubro, está agora em R$ 166 milhões.

Desse valor, R$ 20,3 milhões (12,22%) foram empenhados – o que significa que estão reservados nas contas do governo, embora não tenham sido efetivamente apli­­cados. Dinheiro pago para valer, apenas R$ 4,7 milhões (2,83%). Os dados são do Sistema Integrado de Administração Fi­­nan­­­ceira (Siafi) do governo federal.

Na comparação com os demais estados das regiões Sul e Sudeste, o Paraná está apenas na frente de Santa Catarina no volume de empenho das emendas de bancada. O Rio Grande do Sul, por exemplo, receberá pelo menos R$ 228 milhões. Além disso, o governo federal ampliou a dotação inicial proposta pelos deputados e senadores gaúchos de R$ 470 milhões para R$ 480 milhões – ou seja, quase o triplo do que está previsto para o Paraná.

Entre as 20 indicações de repasses para o estado, só quatro foram contempladas parcialmente e as outras 12 permanecem zeradas. Os empenhos beneficiaram obras na Universidade Federal do Paraná (R$ 10,7 milhões), na Universidade Federal Tecnológica do Paraná (R$ 6 milhões), no contorno rodoviário de Cascavel (R$ 2,5 milhões) e na BR-487, entre os municípios de Por­­­to Camargo e Campo Mourão (R$ 1 milhão).

O coordenador da bancada pa­­­ranaense, deputado Alex Can­­­ziani (PTB), ainda tem esperança de que a situação melhore. "Pelas informações que temos, os recursos vão começar a entrar com mais força a partir de dezembro", diz. Segundo ele, o governo tem dado prioridade ao pagamento de emendas relacionadas à educação e estradas.

"A crise financeira diminuiu a arrecadação e o governo precisou estabelecer cortes, agora a situação está se normalizando." Canziani, no entanto, não soube explicar por que a situação é diferente em ou­­tros estados, independentemente de questões político-partidárias. Reduto do principal partido de oposição (PSDB), Minas Ge­­rais tem empenhados R$ 348 milhões em emendas de bancada.

"Não é nem uma situação deste ou daquele governo. O fato que preocupa é que o Paraná é sempre o ‘patinho feio’ da federação", afirma o deputado Gustavo Fruet (PSDB). Para Dilceu Sperafico (PP), a única saída é a mobilização.

"Tem que cobrar, espernear, fazer alguma coisa ou o dinheiro não sai", conta o deputado, que foi coordenador da bancada entre 2007 e 2008. No ano passado, os repasses para o estado estavam em uma situação parecida até novembro, quando uma série de reuniões da bancada com ministros, como o paranaense Paulo Bernardo (Plane­­­jamento), amenizou a situação. Em dezembro, o empenho chegou a R$ 146 milhões, sete vezes mais do que os valores empenhados nos primeiros 11 meses de 2009.

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