Currículo
1985 Presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar)
1986 - Presidente da Sanepar
1990 Elegeu-se deputado estadual pela primeira vez
1996 a 1998 Secretário Estadual de Indústria e Comércio
1999 e 2000 Presidiu a Assembléia Legislativa do Paraná
2001 e 2002 Secretário Estadual de Transportes
2007 Atual presidente da Assembléia Legislativa do Paraná
Expressões
Vocabulário de Justus:
Furor cepeístico Ao se referir aos deputados que sempre querem instalar CPIs.
Óbice Usada no lugar de empecilho, impedimento.
Modus operandiQuando cita a melhor forma de se conduzir uma situação.
Modus vivendiFalando sobre a maneira de se viver.
Com a mesma desenvoltura que come um belo prato de mariscos e camarões, come também um bom churrasco com as mãos, sem derramar a farinha no colo. Mas se isso ocorrer, ele não vê o menor problema. Assim é o presidente da Assembléia Legislativa do Paraná, deputado Nelson Justus, o "Lord", como é também conhecido, que pertence ao partido recém-nomeado Democratas (antigo PFL).
Justus fica com os olhos brilhando ao elogiar a mudança de nome da sigla. "Cumprimento o idealizador dessa modificação. Foi uma jogada de marketing especial. É um carimbo forte do partido. Não que os demais partidos não sejam democráticos, mas quando falam 'aí vem os democratas', sabem que somos nós", disse o "Lord". O apelido, dado pelo ex-presidente do Legislativo estadual Aníbal Khury, no entanto, o faz ficar um pouco constrangido. "Isso aconteceu porque minha mulher, a Nilva, insiste em escolher minhas roupas e que eu esteja sempre elegante. É tudo culpa dela", brincou.
O neto de Aníbal, o também deputado estadual Alexandre Curi (PMDB), confirma a versão do avô. "Meu avô dizia que o Justus usava as gravatas mais bonitas da Casa. E é verdade". De acordo com o presidente, o segredo da elegância está em se "comprar uma roupa em uma loja de rua e as pessoas acharem que é um (Giorgio) Armani".
O apelido é também pelo fato de estar sempre evitando entrar em "bolas divididas". Polêmicas para ele não trazem benefícios. "Nesse caso, fico no meio do campo. Não vou ao alambrado discutir com a torcida. É importante manter o equilíbrio. Com exageros, perdemos a razão".
Mas há ainda um motivo a mais que justifica o termo de "Lord": o vocabulário utilizado no exercício do mandato e da presidência da Casa de Leis. Nelson Justus garante que assim ele é prático, consegue ser entendido facilmente e não tem nada de sofisticado. Mas quem o escuta dizer palavras e expressões como "modus operandi", "discussões estéreis" e "furor cepeístico", para se referir à vontade ferrenha de haver CPIs por parte de alguns deputados, juntando ao jeito sofisticado de se vestir, não duvida que o apelido tem tudo a haver com o parlamentar. "Mas são expressões que me surgem no momento. Nada é programado".
Nelson Justus afirma ser muito simples "Tomo desde cachaça a champagne". E gosta também de esportes que mesclam o popular com o sofisticado. O "Lord" do parlamento estadual é adepto do tênis, da pescaria e do futebol. Outra demonstração de intimidade com o povo dada pelo atual presidente da Assembléia Legislativa é o fato de ser um dos organizadores e puxadores da Banda de Guaratuba, durante os carnavais. Neste ano, no entanto, ele não esteve à frente do bloco devido a divergências políticas com lideranças locais. Deixou o prazer de lado para evitar possíveis confrontos.
Elegância
Segundo Justus, além da singela imposição da esposa, tudo começou ainda quando tinha 16 anos, em 1970, ao lecionar português e Direito Usual para pessoas mais velhas. "Eu tinha, portanto, que usar terno e gravata e parecer mais velho. Assim, ganhei o respeito".
A partir daí, viu que assim teria sucesso e passou a agir de maneira, como tem gostado de dizer, democrática. E ele faz questão de ser um democrata em todos os assuntos. Na religião não é diferente. É católico "praticante". Mas não abandona, de forma alguma, as superstições. Acende uma vela para Santo Antônio todos os dias antes de sair de casa. E quando viaja, leva uma na mala. Propõe também benefícios para outras crenças, como fez na semana passada, quando apresentou projeto declarando de utilidade pública a Centro Espírita Fraternidade, em Guaratuba.
Para Nelson Justus, as regras de etiqueta e boa convivência têm de ser levadas a sério. Tanto que sua frase preferida nos últimos meses tem sido "está escrito no livrinho", seja esse livro o regimento interno da Assembléia Legislativa ou o manual fashion de comportamento. Um exemplo: terno claro em casamentos e à noite, nem pensar. E para finalizar, mais uma demonstração de saber viver bem a vida: seu sonho de consumo é o litoral do estado. Chique, não? Mas tem explicação. Além de ser uma região agradável, é sua base eleitoral.
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