Carreira
Ligações com Lerner e Taniguchi
A carreira de Paulo Henrique Barreto Munhoz da Rocha na administração pública está ligada ao ex-governador Jaime Lerner e ao ex-prefeito Cassio Taniguchi. Entre 1995 e 1997, foi nomeado por Lerner diretor do Departamento de Administração do Instituto de Previdência e Assistência aos Servidores do Estado do Paraná (IPE).
Depois disso, começou um longo período na prefeitura de Curitiba. Durante os dois mandatos da gestão Taniguchi, que acabou em 2004, foi diretor administrativo-financeiro do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), superintendente do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Município de Curitiba (IPMC), além de presidente do Instituto Curitiba de Saúde (ICS) e da Companhia de Desenvolvimento de Curitiba (CIC).
Embora tenha trabalhado com Taniguchi, não foi o ex-prefeito quem o indicou para trabalhar no Distrito Federal. A sugestão partiu do deputado federal Abelardo Lupion ao governador José Roberto Arruda.
"O Arruda estava procurando nomes qualificados para o governo dentro do Democratas e eu indiquei o Paulo Henrique para atuar na área de transportes porque ele tinha muito a oferecer com a experiência que acumulou em Curitiba", justificou Lupion. Paulo Henrique é graduado em Administração e fez especializações nas áreas de administração rural, gestão da qualidade e da saúde. (AG)
Tramitação
Senado deve arquivar processo
Folhapress
Brasília - O Senado vai rejeitar o pedido de impeachment do governador José Roberto Arruda protocolado ontem pelo servidor público federal Altivo Fausto Martins. Como o servidor baseou o pedido em lei de 1986, anterior à Constituição de 1988 que instituiu a autonomia do Distrito Federal, a Casa deve arquivar a proposta sem dar prosseguimento à sua tramitação.
Martins argumenta, no pedido, que o servidor público pode solicitar o afastamento do governador com base na Lei 7.106 de 1986 que fala que o Senado pode investigar crimes de responsabilidade cometidos pelo governador do Distrito Federal. Consultores legislativos do Senado, porém, afirmam que a lei não serve como base.
Brasília - O escândalo de corrupção no governo do Distrito Federal atingiu o paranaense Paulo Henrique Barreto Munhoz da Rocha. Subsecretário de Transportes e diretor da autarquia Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) desde janeiro de 2007, ele foi filmado supostamente recebendo propina de R$ 20 mil do ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa.
Paulo Henrique é bisneto e neto, respectivamente, dos ex-governadores do Paraná, Caetano Munhoz da Rocha (1879-1944) e Bento Munhoz da Rocha (1905-1972). Trabalhou no governo do estado durante o primeiro mandato de Jaime Lerner, entre 1995 e 1997, e em vários cargos da prefeitura de Curitiba durante a gestão Cassio Taniguchi, entre 1997 e 2004. O vídeo, feito por Barbosa, foi divulgado na semana passada no site da revista Veja.
Além disso, Rocha é citado no inquérito da Operação Caixa de Pandora três vezes, com o nome de "Paulo Roberto". O depoimento de Barbosa ao Ministério Público da União, que consta da investigação, cita textualmente o pagamento de R$ 20 mil em propina para o "diretor do DFTrans, Paulo Roberto, pessoa oriunda do Paraná".
Segundo o ex-secretário, o pagamento era "decorrente de contratos na área de informática". A filmagem com Paulo Henrique dura apenas 1 minuto e 11 segundos, ele aparece chegando à sala de Barbosa e os dois começam a conversar sobre um pregão para licitação de obras em um "centro administrativo" do Distrito Federal. Depois disso, numa sequência em que não aparecem os rostos de ambos, Barbosa entrega seis maços com notas de R$ 20 e R$ 50 (que segundo ele totalizariam R$ 20 mil) a Paulo Henrique.
A Gazeta do Povo tentou entrar em contato com o diretor da DFTrans desde a última sexta-feira, mas não obteve resposta até ontem à noite. Ele foi procurado por telefone e pessoalmente, na sede da autarquia, em Brasília.
O deputado federal Abelardo Lupion (DEM) disse que conversou com Paulo Henrique na semana passada, depois da divulgação do vídeo. "Ele me disse que era uma montagem e chorava quando tocava no assunto", afirmou o parlamentar.
A defesa poderá ser comprovada ou desmentida amanhã, quando a Polícia Federal deve entregar ao ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Fernando Gonçalves o resultado de uma perícia que indicará se houve manipulação das imagens.
Até agora, as investigações comprometem nove secretários do Distrito Federal, um secretário-adjunto, um conselheiro do Tribunal de Contas, cinco diretores de empresas de governo (entre eles, Paulo Henrique), três assessores e dez deputados distritais. A expectativa é de que a polícia solicite a quebra de sigilo fiscal e bancário de todos os suspeitos e solicite a realização de novos depoimentos.
Pivô das denúncias sobre o esquema de corrupção que seria comandado pelo governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, Barbosa não pode comentar o suposto pagamento de propina a Paulo Henrique porque está escondido sob proteção policial. A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República também não se manifestaram oficialmente sobre o caso.
Ameaçado, diretor deixa o DEM
Paulo Henrique Barreto Munhoz da Rocha pediu a desfiliação do DEM na última sexta-feira. A decisão ocorreu após uma conversa com o presidente da legenda no Paraná, Abelardo Lupion.
"O Paulinho é meu amigo pessoal, mas eu tive de apresentar a ele duas soluções: ou ele deixava o partido ou encarava o processo de expulsão", explicou o parlamentar.
Paulo Henrique era membro do DEM (antigo PFL) desde 1991. Segundo Lupion, o diretório estadual foi obrigado a seguir a mesma postura adotada pela Executiva Nacional do partido.
Na última quinta-feira, Arruda pediu para deixar a legenda às vésperas do julgamento de expulsão. Além disso, o partido solicitou a saída de todos os filiados que integravam o primeiro escalão do governo do Distrito Federal.
Outro paranaense, o ex-prefeito de Curitiba Cassio Taniguchi deixou a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente na última sexta-feira. Ele reassume a vaga na Câmara dos Deputados hoje, no lugar do suplente Airton Roveda (PR).
Apesar das denúncias de recebimento de propina, Paulo Henrique permanece na diretoria da DFTrans. Ontem ele participou da primeira reunião de secretariado comandada por Arruda desde o início do escândalo, no dia 27 de novembro. A DFTrans é uma autarquia ligada à Secretaria de Transportes e funciona nos moldes da Urbs, de Curitiba. Ela é responsável por uma série de obras recentes em Brasília a mais suntuosa é a do Veículo Leve sobre Trilhos, que começou na semana passada e ligará o Aeroporto Juscelino Kubitscheck à área central da cidade.
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