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Na opinião do eleitorado paranaense, nem a presidente da República, Dilma Rousseff, nem o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), têm condição de continuar em seus cargos. Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas mostra que 62% dos paranaenses são favoráveis ao impeachment e 83% querem o afastamento do deputado federal.

Impeachment é golpe?

O Instituto Paraná Pesquisas também perguntou aos eleitores se eles consideram ou não que um eventual impeachment de Dilma Rousseff seria um golpe. Apenas 25% dos paranaenses consideram que sim. Atualmente, essa é uma das principais linhas de defesa do governo diante da opinião pública: tentar convencer que impeachment é golpe e convocar a população para uma “luta pela democracia”.

A comparação entre os dois acaba sendo um pouco mais generosa com Dilma. Enquanto Cunha não tem o apoio de praticamente ninguém (apenas 8% são declaradamente contrários a seu afastamento), a presidente ainda conta com o apoio de 29% dos paranaenses para ficar no cargo.

Juntos na queda: Maioria do eleitorado paranaense defende impeachment de Dilma e afastamento de Cunha.

Esse apoio, entretanto, não significa uma melhora na aprovação de seu mandato: apenas 12% dos eleitores dizem estar satisfeitos com a administração da presidente – enquanto 84% desaprovam seu governo. É a segunda pior avaliação de Dilma na série histórica, melhor apenas que a pesquisa de junho deste ano – na qual a desaprovação era três pontos porcentuais maior.

As entrevistas foram realizadas entre os dias 10 e 14 de dezembro, em 60 municípios do estado. A margem de erro é de 2,5 pontos porcentuais, e o grau de confiabilidade é de 95%.

Contexto

Os dois vivem um momento particularmente conturbado. Dilma, por um lado, é alvo de um processo de impeachment, admitido na Câmara justamente por Cunha no último dia 2. Já o presidente da Câmara é alvo de um pedido de afastamento, por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR), desde o dia 16 – posterior à realização da pesquisa. O pedido é que ele seja afastado do cargo de deputado.

O impeachment de Dilma é motivado pelas chamadas “pedaladas fiscais”. No ano passado, o governo atrasou deliberadamente pagamentos à Caixa Econômica Federal para maquiar resultados fiscais – o que, no entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU), é motivo para a rejeição das contas do governo pelo Congresso.

O pedido de afastamento do deputado, por outro lado, foi motivado por 11 indícios de que Cunha estaria usando seu cargo para interferir nas investigações contra ele. O presidente da Câmara foi denunciado pela PGR por recebimento de propinas oriundas de esquema de corrupção na Petrobras, descoberto pela Operação Lava Jato. Há, também, uma denúncia de recebimento de propina para liberação de uso de recursos do FGTS para obras no Rio de Janeiro.

O Instituto Paraná Pesquisas perguntou ainda aos eleitores qual dos dois deveria ser afastado antes. O resultado foi um empate técnico: 32% acham que Dilma deve sair primeiro, enquanto 31% acreditam que a prioridade é Cunha. Outros 33% acham que ambos devem sair juntos.

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