Um paranaense pode assumir a presidência interina da Câmara caso Waldir Maranhão (PP-MA) seja afastado. Fernando Giacobo (PR-PR), deputado que atua no Sudoeste e Oeste do estado, é o 2º-vice-presidente da Câmara – e pode ficar, interinamente, como segundo colocado na linha de sucessão da República caso Dilma Rousseff seja afastada nesta quarta-feira (11).
Ele já foi réu no Supremo Tribunal Federal (STF) em três ações, todas prescritas, e ganhou na loteria 12 vezes em um período de 14 dias, em 1997. Sobre os prêmios, em entrevista à Gazeta do Povo, o deputado afirmou que eles são resultados de bolões na loteria esportiva. “Foram milhares [de apostas realizadas], não lembro quantas, mil, dois mil [bilhetes], e 12 deles foram premiados. A soma deles deu R$ 134 mil, isso está declarado no meu imposto de renda desde a época”, disse.
Giacobo explica que vitórias consecutivas ocorreram na loteria esportiva e não na Mega-Sena
Leia a matéria completaCaso assuma, não se sabe quanto tempo ele ficará como presidente. Partidos de oposição defendem que uma nova eleição seja realizada. Caso isso não ocorra, ele ficaria na presidência até fevereiro do ano que vem, quando o mandato da atual Mesa Executiva da Câmara se encerra.
STF
Ao contrário de Maranhão e de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afastado pelo STF na última quinta-feira, Giacobo não é investigado pela Operação Lava Jato. Entretanto, ele já foi réu em três ações no STF – todas elas prescreveram.
Em 2014, um processo por falsidade ideológica contra o deputado prescreveu – a ação tramitava desde 2003. Pela mesma ação, uma acusação de formação de quadrilha já havia prescrito.
De acordo com denúncia Ministério Público Federal (MPF), o deputado teria um esquema de sonegação de impostos, com base em empresas fantasmas, que beneficiaria sua concessionária. Segundo o MPF, o possível esquema teria lesado os cofres públicos em mais de R$ 330 mil entre 2000 e 2001. À época, ele negou as acusações.
Em 2010, outra ação contra o deputado prescreveu no STF. Neste caso, uma de suas empresas foi acusada de favorecimento em licitação para exploração do terminal rodoviário da cidade de Pato Branco, no Sudoeste do estado, administrada, à época, pelo ex-deputado Alceni Guerra (PSD-PR).
Em 2009, uma ação pelos crimes de sequestro e cárcere privado também prescreveram. No processo, o parlamentar foi acusado de sequestro e cárcere privado contra José Adílson dos Santos, que foi gerente de uma propriedade rural vendida a Giacobo em Mato Grosso.
O deputado teria desconfiado da autenticidade de documentos fornecidos pelo gerente, e supostamente o manteve preso por 30 horas, até que o antigo proprietário restituísse o sinal de R$ 250 mil pago para a aquisição da propriedade. Giacobo também nega essas acusações, e disse, à época, que Santos teria negado a história posteriormente em documento registrado em cartório.
Loteria
A história mais curiosa, porém, ocorreu em 1997. Entre os dias 5 e 19 de julho, ele ganhou doze vezes na loteria – somados os prêmios, recebeu R$ 134 mil. Em entrevista à Folha de S. Paulo, o deputado atribuiu a bolada recebida à sua sorte. “Pura sorte. Juro por Deus. Eu sou um cara de muita fé”, disse.
Carreira
Empresário do ramo automotivo, Giacobo foi eleito deputado federal pela primeira vez em 2002 – antes disso, não havia exercido cargos políticos. À época, era filiado ao PPS. Depois disso, filiou-se ao PL – que posteriormente virou o PR – e foi reeleito três vezes, fazendo 145 mil votos em 2014. Em fevereiro de 2015, foi eleito 2º-vice-presidente da Câmara, para mandato de dois anos.